Jean Siegel e Eloi Zanetti, da Escola de Criatividade: estímulo à troca de experiências| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Escola

"Berçário de ideias" busca resgatar o pensamento criativo

Ao contrário do que o nome leva a crer, a Escola de Criatividade não busca ensinar a criatividade, mas incentivá-la. Quem defende isso é Jean Sigel, um dos fundadores da escola, que é parceira do Movimento Curitiba Mais Criativa. "As pessoas nascem criativas, mas por questões diversas esse pensamento acaba sendo cerceado, até mesmo na escola", afirma.

O espaço visa promover a interação entre diferentes públicos para favorecer o surgimento de ideias. São realizados cursos, palestras, consultorias e eventos ligados ao tema. O 15 por 15, evento no qual empresários têm quinze minutos para contar experiências sobre o uso da criatividade ou a resolução de problemas de forma inovadora, é uma das ações realizadas pela escola. Já participaram médicos, designers, pequenos e preendedores, entre outros, que buscam maneiras de aplicar a criatividade nos negócios.

Para Sigel, Curitiba tem diversos fatores que favorecem a criatividade. "A cidade fomenta novos talentos, recebe pessoas de diversos lugares, tem diversidade econômica, uma efervescência cultural intensa e, além disso, conta com políticas públicas favoráveis". Ele destaca que essas condições favorecem a atuação da escola.

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Quer participar?

Quem deseja interagir com o Movimento Curitiba Mais Criativa pode conferir as páginas nas redes sociais:

>> Facebook: http://www.facebook.com/MovimentoCuritibaCriativa

>> Twitter : @ctbacriativa

>> Para saber mais sobre o Movimento Hot Spot, o website é: http://movimentohotspot.com/

>> Interessados em obter mais informações sobre a Escola de Criatividade podem ligar para (41) 3026-0222 ou acessar o site http://escoladecriatividade.com.br.

Borges, do HotSpot: promoção da diversidade e da criatividade

Quem caminha na região central de Curitiba pela praça Generoso Marques, próximo ao Paço da Liberdade, pode não saber, mas está circulando por um local que contém um conceito: o de economia criativa. O termo faz menção a um universo que leva em conta ideias, imaginação e criatividade para conceber projetos e modelos de negócio inovadores. E Curitiba – que já foi referência ao dar espaço a esse tipo de pensamento – busca agora reacender o espírito vanguardista do passado.

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Antiga sede da prefeitura, e depois do Museu Para­­­naense, o Paço da Liber­­dade teve sua estrutura desgastada ao longo do tempo. Para recuperar o prédio, órgãos públicos e a iniciativa privada se reuniram e discutiram alternativas. A Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio) participou do processo, e segundo o presidente Darci Piana, aspectos de diferentes áreas foram colocados em pauta para debater o projeto. "Além do prédio, era necessário uma melhora no entorno, repensando as ruas, o comércio e até mesmo a iluminação", diz.

Piana relembra que a obra serviu para mostrar que o debate entre diferentes áreas e grupos era capaz de gerar resultados positivos. A economia criativa estava sendo aplicada na prática. "Percebemos que era importante a análise sobre diferentes óticas, e que muitas cabeças podem pensar melhor que apenas uma", afirma. O projeto se propagou: ações similares foram feitas em cidades como Castro, Maringá e Londrina, e uma comitiva visitou Londres e Barcelona, reconhecidas como metrópoles criativas.

Neste ano a iniciativa ganhou proporções ainda maiores. Sebrae, Fecomércio e a Escola de Criatividade se reuniram e lançaram o Movimento Curitiba Mais Criativa. O objetivo é reunir e estimular a troca de experiências entre profissionais de diferentes áreas, como moda, arquitetura, cultura, música e design, para melhorar a cidade. Serão realizados encontros mensais com cerca de 60 convidados, que vão pensar formas de promover a valorização de espaços urbanos. As ações buscam repetir experiências bem-sucedidas em outros pontos da cidade, como na Rua Riachuelo, que passou por uma revitalização nos mesmos moldes da que foi feita no Paço.

A ação será do tipo "multiplataforma", com discussões presenciais e em sites de redes sociais. A página no Facebook é o espaço para quem não foi chamado para os encontros e deseja se manifestar. De acordo com Jean Siegel, sócio da Escola de Criatividade e um dos apoiadores do movimento, o objetivo é fazer com que o debate se torne diário. "O interesse é fazer com que o movimento se ‘automobilize’, se construa no dia a dia por pessoas que estejam interessadas em participar", comenta. Qualquer pessoa pode participar, e um blog está sendo produzido para facilitar ainda mais interação.

Vocação

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A vocação de Curitiba para projetos inovadores vem do passado. O diretor de Operações do Sebrae/PR, Julio Cezar Agostini, relembra que essa postura partia da própria população. "Muitas empresas testavam e lançavam novos produtos aqui, pois o curitibano tinha esse perfil inovador", diz. Para ele, a cidade perdeu parte dessa força, mas isso pode ser resgatado com o movimento.

Lourival Peyerl, diretor de informação do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), também destaca o pensamento criativo do curitibano. "Durante muito tempo a cidade foi acostumada a planejar seu destino com ideias inovadoras. Isso pode ser visto em exemplos como os sistemas trinários e o uso de trincheiras", afirma.

Projeto vai premiar iniciativas

Promover a diversidade e a criatividade, de forma democrática e por meio de ideias inovadoras. Esse é o objetivo do Movimento HotSpot, que vai avaliar e premiar projetos de destaque em áreas como arquitetura, design, música, fotografia, entre outras. Será realizado um processo eliminatório em cinco etapas, até a escolha final de 12 propostas, que receberão recursos para serem viabilizadas.

Para participar, o candidato deve criar um perfil no site oficial, onde poderá apresentar ideias, compartilhar conteúdo e interagir com outros integrantes. Na sequência serão realizados em 16 cidades os scoutings, que são seletivas para avaliar as propostas e procurar novos candidatos. A etapa seguinte será a realização de festivais culturais, em dez capitais brasileiras, que selecionarão os finalistas. Nos festivais, além da avaliação dos candidatos, serão realizadas palestras e ações para fomentar iniciativas criativas. Quem quiser participar deverá ser convidado, mas haverá distribuição de convites em locais estratégicos.

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A avaliação dos candidatos será feita por curadores selecionados, tidos como referência em cada área. Para Paulo Borges, idealizador do movimento, a participação deles vai ajudar a promover a troca de informações. "O conhecimento dos curadores vai ser aplicado para promover a criatividade de forma regional", afirma. Após a seleção nos festivais, um grupo de 60 finalistas participará de uma imersão no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde deverá desempenhar tarefas específicas ligadas ao tema escolhido.