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Um plano que levou à presidência da Nokia

Abel Braga faz várias mudanças no Internacional | Albari Rosa / Gazeta do Povo
Abel Braga faz várias mudanças no Internacional (Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo)

Quando tinha 18 anos, o estudante de engenharia da então Escola Técnica do Paraná, Almir Narcizo, anotou o que precisava para realizar seu sonho: ser presidente de uma grande empresa. Na lista, aprender inglês, estudar fora do país e acumular, além da bagagem técnica, a vivência de diferentes culturas. A tarefa foi completada ano passado. Desde dezembro, é o nome de Narcizo que está nas mais importantes decisões da finlandesa Nokia no Brasil. São quase dois mil funcionários e um faturamento anual que ultrapassa US$ 1 bilhão sob a responsabilidade dele.

"Eu acredito na idéia de ter um plano, mentalizar e executar. É preciso visualizar um objetivo e acreditar que é possível alcançá-lo", propõe.

A história da carreira planejada mostra muito da personalidade e do estilo profissional de Narcizo, diz Cláudio Martin, professor do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que foi colega de trabalho do executivo na instituição, nos anos 90. "O Almir é uma pessoa extremamente organizada. Qualidade, que era a área com que ele trabalhava, é uma postura, não apenas uma disciplina", comenta.

Foram quase três décadas entre a idealização e a concretização dos objetivos da faculdade. "Nada foi fácil", resume. Mais velho de quatro filhos de um casal de alfaiates, o atual presidente da Nokia no Brasil diz que teve de fazer esforço redobrado para vencer a falta de dinheiro. Nascido e criado no bairro Cristo Rei, em Curitiba, Narcizo sempre foi aluno de instituições públicas. Foi com bolsas de estudo que se especializou na Inglaterra e no Japão. "Levei sete anos e meio cursando a faculdade. Distribuí as disciplinas de forma que pudesse trabalhar durante o dia, para custear os gastos com livros e materiais. Dormia só quatro horas por noite. Aprendi inglês no Clube de Línguas da escola, porque não tinha dinheiro para pagar", conta.

Em 2003, Narcizo disputou uma vaga na fábrica da Nokia, em Manaus (AM). Dois anos depois, foi convidado para ser diretor de marketing e vendas, em São Paulo, por um finlandês que percebeu sua capacidade de gerenciamento. "Era um ano em que a Nokia havia perdido dinheiro e a liderança do mercado pela primeira vez no Brasil. Recriei processos-chave e relançamos o portfólio, voltando-o mais para o brasileiro. Valorizamos foto, música, internet, aparelhos dobráveis, que escorregam em duas partes e com mais cara de tocador de música. Em agosto do ano passado, reconquistamos a liderança", lembra.

Este resultado levou Narcizo à presidência no Brasil. Mas este ainda não deve ser o fim do caminho traçado na juventude. "No Brasil, eu não cresço mais. Fico pelo menos três anos para consolidar meu trabalho e parto para a carreira internacional na empresa", planeja.

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