A notícia fez tremer as bases de empresas como Google e Microsoft: uma emenda em um projeto de lei que trará mudanças nas regras seguidas pelas empresas de telecomunicação nos Estados Unidos não foi aprovada. Com a rejeição, os provedores de acesso à internet via cabo deram um importante passo para entrar nos mercados de TV e de serviços via rede, podendo até filtrar quais os tipos de dados que poderão ser recebidos e enviados pelos computadores. O Google alertou que não hesitará em abrir processos se provedores de internet rápida do país abusarem do novo poder de mercado. "Se não fomos bem-sucedidos em nossos argumentos, então simplesmente teremos que esperar até que algo ruim aconteça para apresentarmos nosso caso ao Departamento de Justiça", disse o vice-presidente do Google e um dos pioneiros da Internet, Vint Cerf, em conferência na Bulgária.
A discussão, por enquanto, é restrita aos EUA, mas o Brasil, assim como todos os países que fazem uso da internet, será afetado pela nova lei das telecomunicações norte-americana. A nova lei fere um dos princípios básicos do ciberespaço, a "Lei da Neutralidade", que garante que todos os provedores e sites tenham tratamento igual na web. Os defensores da neutralidade dentre eles Sir Tim Berners-Lee, o pai da web, já se mobilizaram em um movimento batizado de "Save the internet" www.savetheinternet.com.
Segundo Tim Berners-Lee, a ameaça é coisa séria. "Quando eu inventei a web, eu não tive que pedir a permissão de ninguém. Agora, centenas de milhões de pessoas a usam livremente. Estou preocupado que isso possa ter fim", escreveu Berners-Lee em seu blog.