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Uma corrida contra a inflação

Cena da bolsa: ações podem render mais, mas são arriscadas | Luiz Prado/Divulgação BM&FBovespa
Cena da bolsa: ações podem render mais, mas são arriscadas (Foto: Luiz Prado/Divulgação BM&FBovespa)

Juros em queda, inflação em alta. Veneno para o poder de compra do dinheiro. Para ter em seus investimentos um retorno que vença a alta dos preços, o investidor deve escolher bem onde vai colocar seu dinheiro. No atual cenário, aplicações como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as NTN-B do Tesrouro Direto são boas opções.

A pedido da Gazeta do Po­vo, economistas calcularam o ganho real de algumas aplicações em um período de dois anos, após o qual a aliquota do Imposto de Renda para aplicações de renda fixa cai a 15%, seu valor mais baixo. Os investimentos de melhor desempenho foram os papéis do Tesouro Direto atrelados à inflação, as NTN-B. Descontando o IR e uma taxa de inflação a 5,5% ao ano, os papéis apresentam um rendimento de 6% no período de 24 meses. "Por mais que a inflação esteja alta, fundos indexados ao IPCA garantem um retorno real positivo", afirma Luiz Pacheco, da Inva Capital.

Outra opção com bom desempenho são as Letras de Crédito Imobiliário (LCI). Isen­tas de imposto de renda para pessoas físicas, as letras têm retorno real médio de 4,6%, levando em conta uma remuneração de 90% do CDI. Em aportes acima de R$ 300 mil, o rendimento pode ser de 6,4%. A diferença ocorre porque os bancos oferecem até 100% do CDI em aplicações de maior valor. A maioria dos bancos exige aplicação mínima de R$ 30 mil pa­ra as letras, mas há instituições que recebem aportes de R$ 1 mil.

Outras a­plicações, co­mo CDBs, títulos do Te­souro Di­re­to indexados à Se­lic (como as LFT) e a poupança são me­nos atraentes. Nos cálculos de Pacheco, a taxa básica de juros no período deve ficar na média de 8,5%, um ponto porcentual acima do conferido atualmente. Nesse cenário, descontado o imposto de renda e as taxas bancárias, o CDB deve ter rendimento real de 2,2%. Para as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), que são títulos pós-fixados indexados à Selic, projeta-se ganho real de 3,14%. A poupança, que não conta com taxas e tarifas, teria rendimento de 12,7% nos dois anos, porcentual próximo da inflação projetada de 11,3% para o acumulado dos 24 meses, o que resulta em retorno líquido de 1,4% descontada a inflação.

No entanto, a recomenda­ção é de que a aplicação seja revista periodicamente. "É preciso ter atenção. Com a Selic abaixo de 8% e a inflação acima de 5,5%, o dinheiro depositado na nova poupança perde poder de compra", orienta Breno Lemos, coordenador do Núcleo de Economia e Negócios da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Em dois anos, a poupança renderia 70% da Selic mais TR (Taxa Referencial), ou seja, 10,7% no período de dois anos, 0,6% abaixo da inflação.

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