Uma mentira pode custar seu emprego

Todo mundo sabe que é feio mentir, mas o que muita gente desconhece é o dano que uma afirmação falsa causa na carreira de um profissional. Na hora de se conseguir um emprego, uma mentira, por menor que seja, pode custar uma boa vaga e futuras oportunidades. Quem já está trabalhando também não deve faltar com a verdade, sob pena de perder o posto e ainda as referências necessárias para a recolocação. Pelo ponto de vista do gestor, a regra é favorecer a transparência para que o funcionário não se sinta obrigado a mentir, o que prejudica a produtividade da empresa.

A consultora em recursos humanos Carla Virmond Mello, da Acta! RH e Carreira, lembra que a mentira relacionada ao instinto de sobrevivência. "As pessoas mentem para se valorizar, se proteger, porque temos muita necessidade de aceitação. Tem gente que incorpora um personagem para parecer poderoso, bonito, próspero", acrescenta. Segundo ela, no mundo corporativo, a busca pelo poder e sucesso é tão acirrada que o profissional faz uso de tudo o que está ao seu alcance, inclusive da mentira.

Os problemas começam logo na seleção, quando muita gente não resiste à tentação de mascarar suas falhas, para conseguir a vaga. "Ninguém sustenta uma mentira por muito tempo. Em determinado momento a pessoa vai ser cobrada em algo que requer a habilidade que ela não tem", explica Carla. A consultora conta que existem histórias de pessoas que mentem ter formação em determinada área e depois, quando são desmascaradas, são demitidas por justa causa. "O profissional fica com a imagem maculada e dificilmente vai conseguir outro emprego na área."

Para a diretora da RTS Giaccomini Assessoria Empresarial, Rejane Giaccomini, a mentira deixa o ambiente da empresa em desarmonia. "Qualquer área pode ser afetada se não houver transparência, porque a mentira é danosa para a confiabilidade do profissional, tanto para os clientes internos quanto para os clientes externos", diz. Esse clima organizacional debilitado prejudica o dia-a-dia de todos os funcionários, que, na opinião da consultora, são "o melhor marketing que a empresa pode ter." "As pessoas mentem ou omitem as coisas para o auditor, o que influi até no resultado real da empresa."

Muitas vezes, porém, as pessoas se sentem obrigadas a mentir, quando existe um chefe autoritário, que só faz cobranças – às vezes sem sentido. "Desta forma, as pessoas escondem os acontecimentos, porque têm receio de serem recriminadas", explica Rejane. Para ela, é preferível ser honesto e falar que errou do que agüentar a pressão que uma mentira pode causar. Na opinião dela, os líderes que não sabem lidar com a mentira podem procurar um "coaching", para aprender a trabalhar com a equipe da maneira correta.

A diretora executiva da Transportadora Sulista, Josana Teruchkin, sabe bem como é o mecanismo que acaba com a verdade. "A ‘gestão do medo’ acaba fomentando a mentira. O funcionário acaba mentindo porque não admite o erro", avalia. Segundo ela, a empresa aposta na transparência, o que traz diversos benefícios. "Desde o primeiro contato, vendemos o que podemos entregar. Depois, quando a gente diz que não dá para fazer um serviço, o cliente acredita." Esta é uma forma também de incluir o cliente na resolução do problema, ao invés de afastá-lo com uma mentira. Quando um caminhão tem um problema, por exemplo, e a entrega fica atrasada, a solução é perguntar à empresa que fez a encomenda qual a melhor maneira de resolver a situação. "Problemas nós teremos sempre, mas podemos resolver logo", conclui Josana.

Serviço: Acta! RH e Carreira – (41) 3026-1913 – www.acta.com.br; RTS Giaccomini Assessoria Empresarial – (41) 3024-3605 – www.rtsconsultoria.com.br