As chuvas verificadas neste mês – até 40% superiores à média histórica do período – ampliam diariamente os casos de ferrugem no Paraná. O sistema de alerta da Embrapa Soja apontava ontem 483 ocorrências no estado, a maior parte confirmada nas últimas três semanas. As lavouras paranaenses concentram 55% dos 880 casos veririficados em âmbito nacional.

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Os pesquisadores que monitoram o avanço da doença avaliam que as chuvas são responsáveis pela multiplicação do fungo da ferrugem, o Phakopsora pachyrhizi, que se espalha com o vento. A equipe inclui cientistas da Embrapa Soja, localizada em Londrina, e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Porto Alegre.

Seis horas de precipitação bastam para a ocorrência da ferrugem no Paraná, diz Cláudia Godoy, da Embrapa Soja. Nas regiões mais altas, o orvalho seria suficiente para deflagrar a doença. O problema maior é quando a chuva ocorre em períodos longos após o florescimento da soja, afirma Emerson Del Ponte, da UFRGS.

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Como a evolução da ferrugem é rápida, os técnicos orientam os produtores a percorrerem as lavouras pelo menos duas vezes por semana. Logo após os primeiros sintomas – pretuberâncias visíveis nas folhas baixas –, é necessário aplicar fungicida. A cada aplicação, o custo de produção pode aumentar em até 8%, mas se a doença avança, as perdas podem chegar a 70%, segundo avaliação da Embrapa Soja. O monitoramento faz com que o quadro da ferrugem seja menos severo que em anos anteriores. (JR).