Economistas da Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, afirmaram que o crescimento limitado vai manter a taxa de desemprego da zona do euro em níveis recordes até 2015, enquanto as medidas de austeridade tomadas pelos governos continuarem pressionando os gastos dos consumidores e o investimento das empresas.

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As projeções, contidas no relatório semestral da Comissão Europeia, servem como base para as negociações orçamentárias entre as autoridades da UE em Bruxelas e os países-membros da zona do euro. Pela primeira vez neste ano a UE vai revisar os orçamentos nacionais antes de eles serem apresentados aos Parlamentos locais, de acordo com novas regras destinadas a evitar uma repetição da crise de dívida soberana recente.

A Comissão Europeia cortou a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro em 2014 e agora espera um crescimento de 1,1%, em vez de +1,2% como calculado no relatório semestral anterior. Para 2015, a estimativa é de expansão de 1 7%. Neste ano a economia do bloco deve encolher 0,4%. Para a taxa de desemprego, a previsão é de que ela fique na máxima recorde de 12,2% em 2014 e diminua para 11,8% em 2015.

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O relatório destaca uma melhora geral nas condições do mercado financeiro em toda a zona do euro, mas alerta para a contínua fragmentação no acesso a empréstimos privados, especialmente nos países chamados periféricos. A Comissão Europeia espera que os diferenciais nas taxas de empréstimos melhorem junto com os spreads (prêmios) dos yields (retorno ao investidor) soberanos, mas disse que o ritmo dependerá da forma como os bancos da zona do euro vão consertar seus balanços patrimoniais.

Sobre a questão fiscal, a UE acredita que os níveis de dívida dos países europeus provavelmente continuarão subindo em 2014. O relatório prevê que os países-membros da zona do euro reduzirão o ritmo da consolidação orçamentária, o que pode dar força ao crescimento, e estima que a relação entre dívida e PIB do bloco atingirá o pico de 96% no próximo ano.

Para a inflação, a projeção é de que ela permaneça contida nos próximos dois anos. As estimativas foram mantidas em 1,5% em 2014 na zona do euro. "Assumindo que haverá uma lenta desaceleração nos preços do petróleo e taxas de câmbio constantes, a inflação principal deverá permanecer nos atuais níveis baixos durante o horizonte das previsões", afirma o relatório.

Os riscos negativos para as estimativas da Comissão Europeia, diz o documento, incluem a natureza frágil da atual situação macrofinanceira na zona do euro e os esforços dos formadores de política europeus para melhorar a arquitetura do bloco a fim de evitar novas crises. Além disso, o relatório comenta que uma renovada turbulência financeira e volatilidade no fluxo de capital podem causar problemas para muitos mercados.

"Isso pode ser agravado por um aumento nos yields dos bônus globais em razão da reação exagerada do mercado a movimentos (de redução dos estímulos) do Federal Reserve ou a uma repetição do impasse político sobre o orçamento federal dos EUA", observou a Comissão Europeia. Com informações da Dow Jones Newswires e da Market News International.

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