Os dirigentes da União Europeia (UE) chegaram a um acordo nesta quinta-feira (8) sobre o endurecimento da disciplina fiscal na zona do euro, durante a cúpula europeia em Bruxelas, informou um diplomata.
"Há um acordo de princípio sobre o conteúdo, mas falta resolver a forma" jurídica, disse o diplomata.
Os líderes europeus iniciaram nesta quinta-feira (8), em Bruxelas, o que muitos consideram como a "última oportunidade" para salvar o euro, pressionados pelo temor generalizado de que a falta de respostas firmes à crise da dívida mergulhe o planeta em uma nova recessão.
"Há um acordo sobre o conteúdo", mas ainda persistem divisões entre França e Alemanha, de um lado, e o restante da zona do euro e da União Europeia sobre como obter a união fiscal.
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, defendem uma reforma dos Tratados que inclua a imposição de sanções automáticas aos países que violem o teto do déficit europeu: 3% do PIB ou 60% da dívida.
Para facilitar a adoção da medida, Alemanha e França querem limitar a reforma do tratado aos 17 países da zona do euro, deixando a porta aberta para futuras adesões.
Merkel advertiu no início do encontro que esta reunião é chave para restituir a "credibilidade" do euro, e que o caminho é o endurecimento da disciplina fiscal.
Já Sarkozy disse que "não teremos uma segunda oportunidade". "Quanto mais tarde tomarmos esta decisão, mais custosa e menos eficaz ela será".
Além da proposta de reforma dos tratados para reforçar a disciplina fiscal, com a imposição de sanções automáticas, os 27 países da UE discutirão ainda a ideia do presidente do grupo, Herman Van Rompuy, que defende que se dê ao mecanismo de estabilidade financeira (MEDE) - que substituirá o fundo de resgate europeu - os mesmos poderes que o de um banco, o que lhe permitiria pedir dinheiro ao Banco Central Europeu (BCE) e relançar o debate da emissão de eurobônus para amortizar a dívida dos Estados.
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, por sua vez, descartou nesta quinta-feira uma intervenção massiva do organismo na crise, o que provocou fortes quedas nos mercados de ações.
Na Bolsa de Frankfurt, o índice DAX terminou em queda de 2%, a 5.874,44 pontos. O Footsie-100 da Bolsa de Londres perdeu 1,14%, a 5.483,77 pontos. O CAC 40 de Paris perdeu 2,53%, a 3.095,49 unidades. O IBEX 35 da Bolsa de Madri perdeu 2,12%, para terminar aos 8.461,2 pontos. Em Milão, o FTSE Mib perdeu 4,29%, fechando aos 14.979 pontos.
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