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Jeff Howe: colaboração não impede competição entre profissionais e empresas | Creative Crowds
Jeff Howe: colaboração não impede competição entre profissionais e empresas| Foto: Creative Crowds

Imagine conseguir organizar gente do mundo todo para fi­­nanciar o seu empreendimento. Centenas de pessoas doando pequenas quantias de di­­nheiro que, somadas, atingem o valor necessário para colocar sua ideia em prática. Dá pra fa­­zer isso no Kickstarter.com, uma plataforma de crowfunding, uma modalidade de crowdsourcing – a busca de soluções coletivas no ambiente da internet.No Kickstarter, os idealizadores do Diaspora, uma espécie de Facebook de código aberto, apresentaram seu projeto e definiram o objetivo: eles precisavam de US$ 10 mil em doações. As 6.479 pessoas que de­­ram dinheiro para os estudantes da Universidade de Nova York foram bem além. Eles arrecadaram mais de US$ 200 mil.

O crowdsourcing – contração dos termos em inglês "crowd", multidão; e "source", fonte – está espalhado por toda internet. Todo site ou serviço online que depende da boa vontade ou da colaboração de muita gente ao mesmo tempo é uma iniciativa que emprega a força da multidão. São exemplos de crowdsourcing a Wi­­ki­pedia, o Yahoo! Respostas e os mapas colaborativos do Goo­gle.

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A novidade é que essa tendência está finalmente funcionando por aqui. O melhor exemplo até um ano atrás era a versão em português da Wikipedia, mas isso tem mudado nos últimos meses. Programadores, empresários e grupos independentes começaram a colocar em prática projetos que contam com a multidão conectada como força-motriz.

E, principalmente, porque estas multidões começaram a se engajar e produzir. Além da Wikipedia, surgem por aqui ou­­tros casos de sucesso em crowdsourcing. Como o da Fiat, que desenvolveu um carro em Creative Commons usando su­­gestões de mais de 17 mil pessoas, ou o "Queremos Belle & Sebastian no Rio", projeto in­­de­­pendente de fãs da banda escocesa que se uniram para financiar, sozinhos, a vinda do grupo para shows no Brasil. Ins­­pirados em iniciativas que deram certo, start-ups brasileiras na área es­­tão começando a dar as caras.

Entrevista

Jeff Howe, jornalista da revista Wired e autor de Crowdsourcing (Crown Business, 2009, sem traduçãoo no Brasil)

Qual o papel do crowdsourcing na web semântica?

O crowdsourcing acelera esse esforço de fazer um sistema mais orgânico de organizar informação. Crowdsourcing e web semântica alimentam o crescimento um do outro.

O que mantém as pessoas colaborando é um misto de colaboração e a competição, que parecem coisas antagônicas. Como isso funciona?

Uma das coisas que vemos em alguns projetos de crowdsourcing é que colaboração e competição não se excluem. E que você pode competir com pessoas com quem está colaborando, ou colaborar em alguns grupos e competir com outros, e em último caso, você pode sentir que está em um esforço colaborativo com todo mundo com que você compete. Em um concurso de programação, as pessoas competem de maneira acirrada, varam a noite e, no fim, o que estão tentando fazer é melhorar um algoritmo. Então eles estão todos trabalhando pelo mesmo objetivo e apreciam os esforços de qualquer um por aquele objetivo.

Como a popularização de smartphones ajuda a acelerar a aceitação do crowdsourcing?

O crowdsourcing se beneficia de multidões. Em vez de buscar algumas poucas e bem qualificadas pessoas para executar um trabalho, você procura por mil pessoas. Então se você está tentando achar esses mil, ajuda ter 50 mil de público em potencial. A revolução móvel permite que muito mais gente coloque a mão em smartphones. Um telefone celular por si só não tem impacto em crowdsourcing, mas um smartphone tem, porque é um pequeno computador. É extraordinário que as pessoas estejam buscando maneiras de acelerar o crowdsourcing usando os celulares.

Pra onde está indo a colaboração na web?

Está se tornando mais inteligente e mais eficiente.

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