A United anunciou nesta sexta-feira (26) a compra de 5% da Azul Linhas Aéreas por US$ 100 milhões. O acordo precisará passar ainda pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Ele inclui uma parceria de compartilhamento de voos (codeshare) entre o Brasil e os Estados Unidos.
O presidente da Azul, Antonoaldo Neves, disse que dentro de 30 dias os passageiros da Azul poderão comprar bilhetes da United.
A compra dá direito à United a uma cadeira no conselho de administração da Azul. As empresas podem oferecer juntas 450 destinos e mais de 6 mil voos diários.
A Azul é atualmente a terceira maior companhia aérea brasileira, atrás de TAM e Gol, e tem uma participação no mercado local calculada em 17%.
Mercado
Não é a primeira investida de estrangeiros em companhias brasileiras. A Delta e a KLM/Air France têm participação da Gol, assim como a chilena LAN se juntou à TAM para formar o grupo Latam.
“Todo mundo gosta de dinheiro, mas não foi o principal para nós. Foi mais por causa da sociedade [com a United]”, disse David Neeleman, fundador e dono de 67% das ações da Azul.
A participação de Neeleman, de cerca de 67% do capital, não terá mudança relevante com a operação, já que a entrada da United será feita por meio de uma injeção de capital.
“Queremos tudo”, disse Neeleman a jornalistas, ao responder pergunta se o objetivo do acordo é o de aproximar a Azul da rival Gol, que tem parceria com a Delta para atuar no exterior. “Com a força que temos em aviação regional, isso nos ajuda a fazer mais de tudo e ganhar em capilaridade.”
Segundo John Rainey, vice-presidente executivo da United, a empresa se beneficiará do fato de a Azul ser líder em mercado regional e de conexões a partir do aeroporto de Guarulhos.
A negociação entre as duas aéreas durou alguns meses. Nesta semana, Neeleman assinou contrato para aquisição, em parceria com um empresário português, da TAP.