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A Universidade Stanford se comprometeu por meio de um documento legal divulgado nesta semana a não aceitar mais verba do Google para financiar pesquisas sobre privacidade on-line de seu CIS (Centro de Internet e Sociedade).

As doações foram usadas até o ano passado pela instituição de ensino californiana, e de maneira 'extensiva', segundo uma reportagem do site 'ProPublica' que trouxe o caso à tona, e continuarão a ser aceitas pela faculdade de direito de Stanford, à qual o CIS pertence, em 'projetos separados'.

Segundo Jennifer Granick, diretora no centro, o caso não tem a ver com uma 'proibição específica'. 'O dinheiro que o Google nos deu acabou em 2013. Fomos atrás deles por mais verba, conseguimos, e a usamos em diferentes projetos. Temos outras fontes de financiamento para nosso trabalho com privacidade de consumidores', disse à 'ProPublica'.

Um porta-voz do Google, consultado pelo site, disse que a empresa não solicitou que a verba doada pela gigante da internet que já se envolveu em imbróglios jurídicos sobre a privacidade de usuários com desfechos de multas milionárias fosse usada em outros tópicos.

Uma publicação com origem no núcleo de estudos acarretou no pagamento, em 2012, de US$ 22,5 milhões pelo Google ao órgão regulador FTC (equivalente à Comissão de Valores Mobiliários brasileira) por práticas enganosas em relação aos dados de internautas.

'Quando pedimos financiamento, normalmente dizemos ao possível financiador em que áreas planejamos usar qualquer parcela do dinheiro', disse Granick, que é diretora da área de Liberdade Civil no CIS. 'Mas a doação não cria uma obrigação contratual que nos restringe àquele propósito.'

No documento, Stanford foi crítica ao Google. 'A abordagem de 'notificação e escolha' [do Google ao exibir os chamados termos de uso no primeiro acesso a um serviço] vem guiando as diretrizes há duas decadas e repetidamente enganou usuários, levando a uma erosão da confiança on-line e a uma enxurrada de surpresas em relação a privacidade.'

Um acadêmico americano consultado pela reportagem do site disse considerar a situação uma 'ruptura de etiqueta'.

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