Brasília - A secretária de Desenvolvimento da Produção, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Heloisa Meneses, informou ontem que o Brasil pode abrir uma exceção para o Uruguai em relação ao aumento da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados. "A medida foi muito significativa para o Uruguai, mas o comércio é pouco significativo para o Brasil", afirmou, depois de participar de uma reunião com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, e o vice-ministro de Economia e Finanças do Uruguai, Luis Porto.
O Uruguai quer que as montadoras Kia, Lifan e Chery possam continuar exportando os carros montados no Uruguai para o Brasil sem o aumento do IPI. Essas montadoras não conseguem cumprir o índice de conteúdo regional que garantiria a manutenção do tributo no mesmo patamar. A secretária lembrou que o Brasil tem um acordo automotivo com o Uruguai com uma cota de 12 mil veículos por ano, que podem entrar no Brasil com benefícios tributários.
Heloisa disse que o decreto elevando o IPI para importados é "emergencial". Segundo ela, o governo irá construir, até o fim do ano que vem, um regime automotivo de fato. A secretária afirmou que o governo fará um acompanhamento do aumento de preços de automóveis e da manutenção do emprego na indústria automotiva. Ela disse que em nenhum momento a Anfavea se comprometeu em manter os preços, mas afirmou que o setor não tem motivo para reajustes.