Usina foi construída em 1942 e abasteceu Foz do Iguaçu durante a década de 1950| Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo

Revitalização

Recolocação de turbinas vai triplicar a potência

Uma das alterações e melhorias previstas pelo projeto é o aumento da potência de energia produzida pela usina São João. Em 1984 havia duas pequenas turbinas instaladas na usina, que juntas compunham 350 kW.

A intenção agora é recolocar duas turbinas e produzir o triplo de energia, chegando a 910 kW. "Vamos triplicar a capacidade de geração, com a mesma água, só mexendo em 37 metros do duto forçado, que coloca a água na turbina, forçando sua velocidade", diz o superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley.

Assim que for ativada, a usina São João estará conectada à Copel no regime de compensação de energia. "Quando estiver no pico, a usina vai gerar 910 kW, quando estiver média, desliga uma turbina e fica outra operando em 450 kW. Quando chegar a faltar de água, que é uma possibilidade, o excedente fornecido à Copel volta e mantém sistema absolutamente seguro".

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A Usina de São João, localizada no Parque Nacional do Iguaçu, no extremo Oeste do Paraná, está prestes a ser reativada. A usina foi uma das primeiras do estado construídas fora de Curitiba, em 1942, e carrega consigo uma parte da história de Foz do Iguaçu. Foi responsável pelo abastecimento de energia da cidade durante a década 1950 e por muitos anos depois serviu apenas para o Hotel das Cataratas.

O estudo de reativação elaborado pela Itaipu Binacional foi apresentado nessa semana à direção do Parque Nacional do Iguaçu e prevê a retomada da geração de energia no espaço. O projeto também vai direcionar sua atuação em quatro linhas: recuperação de um importante patrimônio histórico do município, hoje degradado; promoção do conceito de mobilidade sustentável; dotar o parque nacional de autonomia energética; e desenvolver a educação ambiental e o turismo técnico-científico.

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Com a reativação, o projeto prevê a utilização da energia produzida pela usina para abastecer a frota de ônibus elétricos do Parque, que no futuro substituirá a frota atual movida a diesel. Além deles, o abastecimento do Veículo Leve sobre Rodas (VLT) – outro projeto de Itaipu – também contaria com abastecimento da São João, fechando assim um ciclo sustentável dentro do PNI.

Visitação

Para o superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley, que também coordenou a produção do anteprojeto, os impactos ambientais serão mínimos na região, pois a construção de pedra e cimento que abriga a usina mantém-se intacta, somente as instalações onde estavam localizados os geradores sofreram com a ação do tempo e de vândalos. "Essa repotenciação vai acontecer sem mexer numa árvore sequer do Parque".

Segundo o chefe do PNI, Jorge Pegoraro, a reativação da pequena usina já é discutida há alguns anos. "A administração do PNI há muito tempo vem fazendo contatos com técnicos e instituições especializadas sobre o assunto".

Apesar de bem-vinda, a iniciativa ainda deve passar por análise de uma equipe técnica e, em seguida, buscar alternativas para viabilização e execução do projeto. Ele deve passar, ainda, por avaliação da diretoria do Instituto Chico Mendes em Brasília e aguardar pela estruturação de um fundo misto que possa alimentar a obra.

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Estrutura

Localizada em frente ao prédio da administração do Parque, a usina está localizada à margem do Rio São João, afluente da margem direita do Rio Iguaçu. Sua desativação foi causada, dentre outros motivos, por uma grande enchente que cobriu a casa de força.