A UEG foi construída em 2002 dentro do Plano Prioritário de Termeletricidade, do governo Fernando Henrique Cardoso, concebido para evitar um novo racionamento de energia. A controladora era a norte-americana El Paso, com 60% das ações, enquanto Petrobras e Copel detinham 20% cada. Logo que assumiu o governo do estado, Roberto Requião cancelou os pagamentos previstos no contrato de compra de energia, alegando ter encontrado falhas técnicas na estrutura que impediam seu funcionamento. O contrato de fornecimento de gás também foi rompido, em 2005.
O cancelamento motivou contestações em câmaras de arbitragem por parte da El Paso, que acabou vendendo sua participação para a Copel em maio deste ano por R$ 416 milhões.
Desde então, dada a nacionalização das reservas de gás da Bolívia, pairava a dúvida sobre a oferta do insumo, agora garantido pela Petrobras. Isso porque, ao romper o antigo contrato de compra de gás, a Copel perdeu a garantia de abastecimento. A vantagem foi ter reduzido uma dívida com a Petrobras de R$ 400 milhões para R$ 150 milhões, a serem pagos a partir de 2010.
A energia produzida pela UEG poderá ser enviada a qualquer ponto do país via dois circuitos de linha de transmissão de 230 kv, que vão da usina até a subestação do bairro Umbará, por sua vez interligada ao sistema elétrico brasileiro. Toda a energia produzida na Região Sul, Sudeste e Centro-Oeste possui linhas de transmissão semelhantes.
A UEG já limpou os dutos da usina e se prepara para realizar os testes requeridos pelo ONS. Depois de entrar em operação em caráter emergencial, a UEG passará deve incorporar tecnologia para tornar-se bi ou tricombustível, pois o Ministério de Minas e Energia recomenda a adaptação de termelétricas ao funcionamento com produtos mais baratos, como o álcool e o biodiesel. Durante a cerimônia de compra do controle da UEG pela Copel, em maio, a ex-ministra Dilma Roussef chamou essa providência de "plano B". (HC)