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A opção por construir hidrelétricas a fio d’água, combinada às características geográficas da Região Norte, onde está o maior potencial hídrico do país, deve levar à diminuição da capacidade de armazenamento de energia nos reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN). A constatação é de um estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). A entidade calcula que o tempo médio de reserva de água para geração elétrica em períodos de seca será de apenas 2,1 meses em 2021.

No momento em que o governo se debruça sobre o Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, que definirá a composição da matriz energética no período, a Firjan pressiona para reabrir a discussão sobre a construção de usinas com grandes reservatórios, condenadas pelo impacto ambiental da inundação. Do ponto de vista técnico, os reservatórios garantem a acumulação de água por anos. As usinas a fio d’água têm essa capacidade limitada, o que aumenta o acionamento das térmicas na estiagem.

"É preciso usar todos os meios para jogar para frente o uso intensivo da energia térmica, mais cara e mais poluente. Estamos antecipando um custo que só viria em 2030", diz Armando Guedes Coelho, presidente do Conselho de Energia do Sistema Firjan. O tema voltou à mesa da indústria este ano, quando o recuo dos reservatórios aos níveis mais baixos da década levou o governo a recorrer à geração térmica a gás natural e sinalizar a retomada das térmicas a carvão.

O estudo lembra que a Região Norte receberá cerca de 90% do potencial hídrico que entrará em operação no período 2017-2021. A geografia plana da região, porém, dificulta a construção de reservatórios e impede que as hidrelétricas a fio d’água locais contem com a água acumulada em usinas rio acima para regularizar a geração na seca, como em outras regiões.

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