Usineiros e governo fecharam no final da tarde desta quarta-feira um acordo para segurar os preços do álcool, que vêm impactando também a gasolina. Pelo entendimento, já a partir desta semana, o álcool anidro será vendido no atacado a R$ 1,05 o litro, conforme antecipou o GLOBO na sua edição desta quarta-feira. O litro estava custando R$ 1,08 na terça-feira.
O custo do álcool hidratado deve, desta forma, cair para cerca de R$ 0,95 no atacado, uma vez que a flutuação entre os dois tipos do produto é de cerca de R$ 0,10. Em troca, os produtores e o governo vão formatar um programa de estocagem permanente do produto, para o qual o governo poderá dar financiamento.
Nos cálculos da Agricultura, são necessários R$ 1 bilhão para garantir um volume suficiente de estoque diante da demanda crescente por álcool anidro e hidratado.
Os produtores de álcool se comprometeram ainda a antecipar a safra de cana caso falte álcool no mercado. O ministro Roberto Rodrigues defendeu que exista um volume estocado permanente de 3,5 bilhões de litros, suficiente para garantir três meses de consumo.
- Sou a favor que o setor privado banque a estocagem. Mas, se for necessário que o governo dê financiamento para dar o pontapé inicial, vamos estudar. Assumi o compromisso de colocar a estocagem como prioridade na câmara setorial (da área sucroalcooleira) - afirmou Rodrigues.
- O acordo foi histórico, porque com preços elevados os produtores vão perder dinheiro.
No encontro, o governo não colocou na mesa a proposta de redução da mistura obrigatória de álcool anidro à gasolina, de 25% para 20% e, por conseqüência, a redução da Cide sobre o consumo de gasolina.
- O governo se sente satisfeito com esta reunião porque não haverá mais aumento de preços. Pois, se sobe na usina, sobe na bomba também - afirmou o ministro da Agricultura.
Ao ser perguntado se o acordo de fixação de preços vai reduzir a pressão a inflação, o secretário-executivo da Fazenda, Murilo Portugal, disse que o que ele destacava no entendimento era que o preço do álcool iria parar de subir. Para ele, o impacto do álcool no IPCA - que orienta a política monetária do Banco Central - é muito pequeno.
- Estamos abertos à possibilidade de estudar o financiamento da estocagem. Mas ainda não está definida a forma e o montante do financiamento - afirmou Murilo Portugal.
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