Fazer parte de um seleto círculo de pessoas, cercado de mistérios e especulações, do qual só participa quem é convidado por algum membro, pode ser uma experiência empolgante para muitos; mas não necessariamente para os usuários do Google Plus, a nova rede social da gigante de buscas na internet.
Ainda em fase de testes, a plataforma tem atraído muitos curiosos, mas ainda é cedo para dizer se ela tem potencial para ser substituta de sua principal concorrente, o Facebook. Por enquanto, nem mesmo o próprio Google sabe dizer ao certo a que veio a novidade. Mas mesmo os usuários menos empolgados não ousam subestimar a ferramenta. "É tudo muito nebuloso ainda. Não tem como apontar se vai pegar ou não. É interessante ver que as pessoas estão entrando na nova rede por experiência, mas nem tanto para substituir outras redes sociais", avalia o publicitário Marcelo Higinio, usuário do Google+.
Para ele, o fato de a ferramenta ter o DNA da Google é um indício de que o sistema ainda tem um grande potencial a ser explorado. "Dá para perceber que ela não chegou para brincadeira", diz. O usuário aponta a rede como uma oportunidade de "começar de novo" nas redes sociais, com a possibilidade de organizar amigos em círculos de afinidade possibilitando o compartilhamento de conteúdos segmentados. "O sistema traz novos comportamentos à rede. O problema, reconhecido pelo próprio Google, é que o Plus não está pronto. Portanto, não dá para saber aonde ele pode chegar", diz. Ele não tem dúvidas, no entanto, que o site tem um potencial muito grande e pode criar um jeito diferente de usar as redes sociais.
O também publicitário Gustavo Ribas conta que entrou na rede após o convite de um amigo. Usuário avançado das redes sociais Facebook e Twitter, ele diz que resolveu experimentar o Google+ movido pela curiosidade. "Ainda estou conhecendo, mas não vejo o Plus como o substituto do Facebook, por exemplo. O problema é que, para compartilhar conteúdo, acabo tendo de trabalhar dobrado", diz. "Falta tempo para administrar duas redes sociais ao mesmo tempo e, como todos meus amigos já estão no Facebook, acabo nem usando o Plus. Há mais de uma semana que não posto nada por lá."
Segundo Ribas, a possibilidade de organizar os contatos em círculos, apontado como um dos diferenciais da nova rede, acaba não tendo tanta importância. "Nas redes sociais todo mundo é amigo e pronto. Apesar de ter dividido os contatos em círculos de família, colegas e conhecidos, tudo o que postei até agora foi compartilhado com todos, portanto, não faz sentido dividir", avalia.
Antiga usuária do Google Wave plataforma da empresa que buscava integrar e-mail, redes sociais e comunicadores instantâneos e acabou fracassando , a web designer Tatiane Rodrigues Bortolan diz que não se surpreendeu com a nova rede. "Todo mundo ficou na expectativa, mas o Plus tem a mesma cara do Wave, apenas com aprimoramento nas funcionalidades. Percebo que muita gente está se cadastrando, mas ainda não tem muito conteúdo postado. Ainda falta vida, não tem aquela dinâmica das redes sociais", avalia.
Para Tatiane, é mais uma rede social e uma senha para acumular. "Por enquanto, não descobri a utilidade real. Ainda falta mostrar a que veio, mas pode surpreender. O próprio Facebook demorou para emplacar, já que muitos usuários resistiam em abandonar o Orkut", lembra. "Com o Plus pode acontecer a mesma coisa."