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Consulta pública

Usuários querem fim da cobrança pelo ponto extra na TV por assinatura

Das 641 contribuições recebidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em relação cobrança do ponto extra na televisão por assinatura (ou TV a cabo), a maioria era de usuários contrários cobrança. Na consulta pública promovida pela Agência, finalizada nesta última segunda-feira (25), os consumidores argumentaram que já pagam caro para ter o serviço e defendem que o ponto extra não deveria ser cobrado.

Não acho justo a cobrança pelo ponto adicional, uma vez que o assinante já pagou pela grade de canais a serem fornecidos na sua casa, não importando se a TV que estará conectada será a da sala, do quarto ou da cozinha, pois a residência é a mesma e o assinante é o mesmo, disse um usuário.

Outro, criticou a cobrança e os preços praticados pelas operadoras. É ridículo e totalmente desfavorável que as operadoras de TV a cabo podem fazer com todos aqueles que compram esse serviço. Além de ser caro, ainda temos que pagar por um ponto extra, afirmou.

O texto da proposta da Anatel, que prevê a proibição da cobrança pelo ponto extra, foi colocado em consulta pública no dia 5 de agosto, dois meses depois de a Agência determinar a suspensão temporária da cobrança pelos serviços. As contribuições serão analisadas pela área técnica e depois pelo Conselho Diretor da Anatel, que vai determinar a redação final da proposta.

A consulta pública também serviu para usuários fazerem outros tipos de reclamação contra as operadoras de TV por assinatura, como a cobrança obrigatória de assistência técnica e o número excessivo de comerciais nos canais pagos. Acho até que pagamos caro pela programação que compramos, visto a programação excessivamente repetitiva e com horas de programação de vendas, além dos comerciais, disse um assinante.

Outra contribuição chama a atenção para o risco de as operadoras pararem de oferecer o serviço do ponto extra ou mudar a nomenclatura da taxa. Em vista da possível aprovação desse novo Regulamento, operadoras já estão reajustando absurdamente os pacotes de programação, alertou um usuário.

Contrariando a posição da Anatel e do Ministério das Comunicações, a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda enviou uma contribuição defendendo que a gratuidade do ponto extra não traz benefícios econômicos ou concorrenciais, e é potencialmente danosa do ponto de vista social.

A secretaria recomentou que a Anatel permita a cobrança de mensalidade pelo fornecimento da programação em pontos extra e que tome medidas para estimular a concorrência no setor como um todo, de modo que as forças de mercado alinhem o preço do ponto extra com seu custo marginal efetivo.

A Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (Telcomp), também se manifestou contra a posição da Anatel. Segundo a entidade, a proibição da cobrança do ponto extra não está prevista em lei e vai limitar indevidamente a livre iniciativa privada. A medida proposta de gratuidade é prejudicial ao consumidor na proporção e medida em que é deletéria concorrência, afirma o texto da entidade.

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