A Vale confirmou nesta quinta-feira (28), após reunião do Conselho de Administração, que entrará como sócia no projeto da hidrelétrica de Belo Monte. A companhia vai adquirir até 9% do capital da Norte Energia (Nesa) sociedade responsável pela implantação, operação e exploração da UHE Belo Monte. A parcela pertencia à Gaia Energia e Participações.
O investimento é estimado em R$ 2,3 bilhões e inclui o reembolso à Gaia pelos aportes de capital realizados na Nesa, além de aportes futuros de capital decorrentes da participação acionária adquirida.
"A Vale é uma grande consumidora de energia elétrica e investe em ativos de geração de acordo com suas necessidades de consumo, buscando reduzir custos operacionais de forma permanente e minimizar riscos de preços e disponibilidade de oferta", diz a companhia, em nota.
A mineradora tem participações em nove usinas hidrelétricas no Brasil, e possui três usinas na Indonésia, sendo que Estreito, no Brasil, começou a operar recentemente e Karebbe, na Indonésia, se encontra em fase final de construção com previsão de entrada em operação neste ano. A Vale possui ainda quatro pequenas centrais hidrelétricas no Brasil e outras cinco no Canadá. Em nota, a companhia informa que 45% do seu consumo global é satisfeito por geração própria.
A expectativa para os próximos anos, de acordo com a mineradora, é de expressivo aumento do consumo de energia elétrica, devido aos investimentos em projetos de mineração, o que deve ampliar o desequilíbrio entre demanda e oferta via geração própria.
"A aquisição de participação no projeto Belo Monte elevará o percentual de nosso consumo de energia atendido por geração própria e reduzirá o custo marginal de energia para a Vale, na medida em que o preço da energia a ser comprada da Nesa será inferior ao custo alternativo."
A mineradora destaca, ainda, que o investimento "contribui para a mitigação de riscos no fornecimento de energia" para as atividades no Brasil.
"A aquisição de participação no projeto Belo Monte é consistente com nossa estratégia de crescimento, contribuindo para a segurança energética da Vale e a criação de valor para seus acionistas como autoprodutora", disse, em nota, Roger Agnelli, diretor-presidente da Vale.
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