Do Brasil à Ásia
Locais onde a Vale cortou a produção:
Minas Gerais
Paralisação de quatro minas de ferro pouco rentáveis. As unidades produziam 30 milhões de toneladas ao ano.
Mato Grosso
Parada da mina de manganês de Urucum, de 600 mil toneladas ao ano.
Rio de Janeiro
Redução de 60% da produção de alumínio da Valesul, afetada pela queda do preço do metal e pelos altos custo da energia.
Pará
Corte de 30% da produção de caluim (mineral usado no revestimento de papel).
Maranhão ou Espirito Santo*
Duas unidades de produção de pelotas (subproduto do minério de ferro), com corte de 20% da capacidade.
Europa
Parada de duas fábricas de ferro-ligas, na França e na Noruega.
Indonésia
Corte de produção de 20% na unidade de níquel.
China
Corte de 65% da produção da refinaria de níquel de Dalian.
*A definir
A desaceleração econômica provocada pela crise financeira internacional fez a Vale anunciar a redução de sua produção de minério de ferro, níquel e alumínio, entre outros produtos, e a paralisação de minas no Sul e Sudeste e unidades produtivas da companhia no exterior. A produção de minério de ferro, por exemplo, será reduzida em 30 milhões de toneladas, o que representa um corte de 9,2% no total de 325 milhões de toneladas que estavam previstas para 2008. Segundo a mineradora, já existe "significativa acumulação de estoques" de alguns metais. "Não adianta gastar capital de giro para produzir algo que vamos deixar no estoque", explicou o presidente da Vale, Roger Agnelli, para quem o momento atual é de priorizar o caixa da companhia.
O executivo lembrou que a crise mundial vem afetando vários países que hoje vivem momentos de restrição de crédito. Essa redução de recursos vem se traduzindo em queda na produção dos segmentos que utilizam o minério de ferro e metais como matéria-prima, como é o caso de algumas siderúrgicas que já reduziram em até 40% sua produção.
Os cortes anunciados pela Vale priorizam minas com elevado custo de produção e minério de mais baixa qualidade. Além disso, também foram paralisadas atividades que consomem muita energia, um insumo caro hoje no exterior e, principalmente, no Brasil.
Apesar disso, a empresa assegurou que os investimentos de US$ 14,2 bilhões programados para 2009 estão mantidos, dada a "confiança nos fundamentos de longo prazo dos mercados de minérios e metais". Agnelli acredita que a economia mundial deva começar a se recuperar da crise a partir do segundo trimestre de 2009. Segundo ele, até lá a crise ainda deve se manter, com reflexos fortíssimos sobre a economia mundial. "Alguns acham que a crise pode durar dois anos, eu sou mais otimista, acho que ela ainda vai ficar fortíssima pelos próximos três a quatro meses.".
Na avaliação do executivo o Brasil vem sofrendo menos do que outros países que enfrentam grandes dificuldades de crédito. Mas Agnelli admite que quando as turbulências começaram ninguém imaginava que elas tomariam essa dimensão "catastrófica".
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