A Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, não pretende abandonar seus planos de operar com super cargueiros de 400 mil toneladas após o incidente com o navio Vale Beijing, que apresentou rachaduras no casco durante carregamento no Maranhão. "Construímos os navios para sermos mais eficientes, mais competitivos, e para operar de maneira mais sustentável", afirmou nesta quarta-feira (7) a jornalistas em Londres o diretor executivo de Minério de Ferro e Estratégia, José Carlos Martins. "Não vamos parar com os navios de 400 mil toneladas", acrescentou. O navio Vale Beijing, em sua primeira viagem após ser entregue pelo estaleiro sul-coreano STX Pan Ocean, apresentou rachaduras nos dois lados do casco. A mineradora informou que ainda busca entender o que ocorreu no Maranhão. A embarcação iria carregar aproximadamente 380 mil toneladas de minério de ferro, mas a operação foi interrompida quando haviam sido colocados no navio cerca de 260 mil toneladas. O Vale Beijing foi removido para outro local no porto de Ponta da Madeira, em São Luís, para avaliação e eventual reparo. Martins disse ser cedo para avaliar se poderá haver uma revisão nos contratos com os construtores da frota de super cargueiros, mas que no momento não há intenção de realizar qualquer mudança. "Temos um acordo com os estaleiros e eles têm prazos para entregar os navios. Se as embarcações passarem nas inspeções, irão navegar. Não vamos mudar, vamos manter o plano", disse. Portos chineses Martins também comentou o problema do acesso dos super cargueiros aos portos da China, país que é o maior importador mundial de minério de ferro e o principal cliente da mineradora brasileira. Jornalistas questionaram Martins se estaria ocorrendo uma proibição por parte das autoridades chinesas da entrada dos navios nos portos do país, atendendo a pressões de armadores na China que reclamam de prejuízos para seus negócios com a entrada em operação dos super cargueiros da Vale. "É difícil especular o que está acontecendo", afirmou. "O maior problema é o excesso de capacidade que foi construído (no mercado de navios). Não somos quem construiu esse excesso de capacidade. Só queremos navios mais competitivos." Martins afirmou que a companhia está conversando com autoridades chinesas sobre o que está emperrando a entrada dos super cargueiros no país. Mas afirmou que vai levar tempo até que essas embarcações possam atracar em portos chineses e que a companhia está avaliando alternativas para operar com a frota de supernavios. Há um porto em construção na Malásia que poderia receber toda a frota da Vale, disse Martins, indicando que seria a forma de utilizar os grandes cargueiros para o fim planejado, o de reduzir custos no transporte de minério para a Ásia. Da Malásia, a empresa poderia utilizar outras embarcações para levar o minério aos países da região.
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