Deverá ocorrer no primeiro semestre de 2011 a oferta primária de ações da Vale Fertilizantes, empresa que reunirá os ativos da mineradora Vale no setor, afirmou nesta quarta-feira o diretor da divisão, Mário Barbosa.
Segundo ele, a oferta de ações, emissões de dívida e o caixa da empresa vÃo garantir o investimento previsto de 12 bilhões de dólares até 2014.
"A empresa não será pequena. A Vale investiu entre 6 e 7 bilhões de dólares nesses ativos", afirmou Mário Barbosa à Reuters, acrescentando que a Vale Fertilizantes reunirá ativos que a empresa possui nesta área também em outros países.
Do total a ser investido, cerca de 8 bilhões de dólares irão para os projetos de potássio e 4 bilhões de dólares para fosfato. As plantas de nitrogenados devem permanecer do mesmo tamanho de hoje, informou o diretor. "Novos investimentos em nitrogenados vão depender do preço do gás", afirmou.
Segundo Barbosa, a produção de potássio da Vale Fertilizantes em 2014 deverá girar em torno dos 10 milhões de toneladas e a de fosfato por volta das 13 milhões de toneladas.
"Quando estiver consolidada, a Vale Fertilizantes vai ser o segundo maior negócio da Vale", disse o diretor, o que desbancaria posição ocupada atualmente pelo níquel, abaixo apenas do minério de ferro no faturamento da companhia.
Para crescer, Barbosa não prevê no entanto grandes aquisições no mercado, apesar de continuar atento a todas as oportunidades e "olhando de longe" anúncios como a de uma recém-descoberta mina de potássio na Amazônia.
Depois de descartar interesse na Potash Corp, que vem sendo assediada pela BHP, a Vale, segundo Barbosa, aposta no crescimento orgânico.
"Temos muitos projetos para desenvolver e alguns em processo de expansão. Já temos muita coisa", avaliou o executivo que passou pela Fosfértil e depois foi para Bunge, de onde saiu a convite da Vale.
A Vale Fertilizantes reunirá ativos da companhia no exterior e no Brasil. Além de minas no Peru, Moçambique, Canadá e Argentina, a nova empresa vai agrupar ativos comprados da Bunge no Brasil com a Fosfertil, cujo controle também foi adquirido pela Vale em 2010.
Em maio deste ano, a Vale concluiu a compra do controle da Fosfertil, após adquirir fatias que pertenciam à Bunge, Yara, Heringer e Fertipar. Num lance simultâneo, a mineradora comprou ainda ativos da Bunge Fertilizantes, com investimentos totais de 4,7 bilhões de dólares.