A Vale está em negociações com a Bunge para comprar ativos da empresa no segmento de fertilizantes no Brasil. A mineradora brasileira afirmou ainda que a transação não deve ultrapassar US$ 3,8 bilhões, conforme sua avaliação dos ativos negociados.
O negócio com a Bunge do Brasil, subsidiária da Bunge Limited, inclui a participação de 42,3% da empresa na Fosfertil, a maior produtora brasileira de matérias-primas para fertilizantes. No entanto, as empresas destacam que nenhum acordo foi assinado ainda. O negócio, se confirmado, poderia representar além do fortalecimento no setor de fertilizantes uma volta ao passado: em 2003, a mineradora vendeu a sua participação na Fosfertil para a Bunge por R$ 240 milhões.
"O portfólio total de ativos compreende minas de rocha fosfática e unidades de produção de fertilizantes intermediários com base em fósforo (fosfatados) e nitrogênio (nitrato de amônio e ureia)", explicou a Vale em comunicado ao mercado.
A estrutura da Bunge Fertilizantes não abrange somente minas e a Fosfertil ela também atua em todas as etapas do processo produtivo, até a entrega final do produto, com mais de 3 mil funcionários. A companhia conta com marcas conhecidas como Manah, Ouro Verde e Serrana.
Não é de hoje que a Vale busca fortalecer a sua participação na área de fertilizantes. No ano passado, circularam informações no mercado de que a mineradora estaria interessada na Mosaic, cujo acionista majoritário é a Cargill, concorrente da Bunge no segmento agrícola. Mas as informações não se confirmaram.
De qualquer forma, a expansão das atividades da Vale no setor de fertilizantes é estratégica, não apenas do ponto de vista do negócio, mas também porque o governo busca a autossuficiência em adubos.
"A Fosfertil é um ativo para a Vale mostrar que quer mesmo ser grande em fertilizantes. É claro que tem um dedo do Lula aí, mas é um bom negócio para a Vale, diversifica a produção, é um negócio importante", afirmou o analista Pedro Galdi, da corretora SLW.