A brasileira Vale, uma das principais fornecedoras de minério de ferro da China, rejeitou as acusações da Associação de Armadores do país asiático de que estaria boicotando as companhias chinesas após ter decidido começar a usar seus próprios navios na Ásia.
Segundo informou nesta quarta-feira (23) o jornal oficial "Shanghai Daily", o diretor de envio e distribuição da Vale, Gurinder Singh, afirmou em uma conferência do setor armador em Xangai que o excesso de oferta no mercado do transporte marítimo não é culpa da mineradora brasileira.
O problema, assinalou, se deve a um "investimento irresponsável" e em massa por parte das companhias barqueiras, o que levou à queda dos preços dos fretes.
Para reduzir os custos de suas exportações de minério de ferro à China - principal consumidor mundial - e a outros mercados asiáticos, a Vale planeja operar 35 navios do maior tamanho disponível no mundo até o fim de 2013.
O Ministério de Transporte da China proibiu no início deste ano o trânsito em seus portos de navios com mais de 350 mil toneladas de peso morto, alegando questões de segurança, embora a Vale tenha assegurado em março que espera a liberação para seus navios "em meses".
A Associação de Armadores da China, estreitamente relacionada com a maior barqueira do gigante asiático, a China Ocean Shipping Company (Cosco), protesta desde 2008 contra a ideia da Vale de trabalhar com seus próprios navios.
Segundo a associação, isso representa um "monopólio" por parte da Vale, além de "concorrência desleal, já que não só prejudica os interesses das barqueiras chinesas mas também os de empresas de Coreia do Sul, Japão e Taiwan".
No fim de semana passado, apesar da oposição das barqueiras chinesas, os maiores estaleiros privados da China, do Grupo Indústria Pesada Rongsheng, entregaram à Vale uma embarcação de 380 mil toneladas de peso morto, a primeira de uma encomenda de 12, das quais entre oito e dez entrarão em serviço também durante 2012.
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