Do ponto de vista da pesquisa, não resta dúvida que a tecnologia dos transgênicos representou um avanço e uma oportunidade para a agricultura brasileira. Os pesquisadores também reconhecem que essa alternativa ainda está em fase de consolidação e validação, tanto em laboratório quanto no campo.
No caso da soja Roundup Ready (resistente ao herbicida glifosato), a safra atual é considerada uma prova de fogo. O produtor está testando o desempenho das cultivares, as mudanças no manejo e o custo de produção. É o primeiro cultivo autorizado nas últimas safras, o grão foi introduzido clandestinamente no país.
João Flávio Silva, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Soja, em Londrina, explica que o produtor vai plantar ou continuar plantando variedades transgênicas, desde que elas sejam "produtivas e competitivas." Silva também ressalta que a biotecnologia não é sinônimo de transgênicos. É uma ferramenta do campo, que vai além da transgeníase.
Um dos principais trabalhos de pesquisa no Paraná é a soja tolerante à seca. Numa parceria com uma instituição pública japonesa, a Embrapa trabalha uma cultivar mais resistente à falta de água. Os japoneses detêm a patente do gene "Dreb" e a Embrapa domina a tecnologia de transferência do material (introdução na planta).
Ivan Schuster, da Coodetec, de Cascavel instituição de pesquisa das cooperativas , ressalta que outro foco da pesquisa em 2006 será a soja resistente a outros herbicidas, que não o glifosato. A pesquisa também busca cultivares resistentes à ferrugem asiática.
A soja continua sendo o carro-chefe na introdução dos OGMs no país, mas o Brasil já desenvolve pesquisas de transgeníase com várias outras culturas, como feijão, milho e algodão.