A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse nesta terça-feira (11) ser "constrangedor" falar sobre o valor das ações da empresa estatal. Ao participar de audiência no Senado, Foster disse que as ações da empresa vão voltar ao "patamar justo" depois que a Petrobras obtiver lucros de novas descobertas, como a exploração de óleo.
"Os valores das nossas ações voltarão ao patamar justo que foi antes da capitalização. O que posso dizer aos acionistas é que comprem mais ações da Petrobras porque os resultados estão mostrados", disse a presidente da estatal.
Sobre o esperado reajuste de preços nos combustíveis, Foster reiterou que a empresa trabalha pela "convergência de preços", sem a paridade imediata com reajustes internacionais. "Não acreditamos que a paridade imediata seja saudável para o país."
Durante a audiência conjunta das comissões de assuntos econômicos e infraestrutura da casa, a presidente da Petrobras defendeu o retorno da produção do etanol no país como solução para substituir a gasolina.
"A solução para a falta de gasolina não é ampliar a produção de gasolina. Eu entendo que quem precisa voltar é o etanol. Como eu tenho certeza que o etanol vai voltar, a hora que voltar eu vou ficar com o volume adicional de gasolina", disse.
Para ela, a Petrobras analisa a ampliação da capacidade de produção de gasolina em refinarias antigas, mas o grande "cavalo de batalha" da empresa é a volta do etanol. "Não tem nenhuma razão para que esse etanol não volte em um, dois ou três anos."
Refinaria Abreu e Lima
Foster rebateu críticas da oposição sobre as denúncias de superfaturamento na construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. A presidente da Petrobras disse que o TCU (Tribunal de Contas da União) usa uma metodologia diferente da estatal para medir os valores, o que acaba por incluir a refinaria na lista de obras irregulares do tribunal.
"Precisamos sentar para conversar sobre a questão metodológica das planilhas de formação de preço para não cair sempre no mesmo campo de discussão. Não concordamos com as diferenças de preços", disse.Para ela, houve erro da empresa ao passar 30 anos sem construir nenhuma refinaria no país. "Nós erramos no começo."
Ela cobrou da PDVSA, empresa petroleira da Venezuela, maior participação nas obras da construção da refinaria binacional. Graça Foster disse que a venezuelana tem até novembro para apresentar suas garantias bancárias. "Se até lá não apresentarem as garantias, vou discutir um novo prazo. Não quero que eles digam: não, eu não vou. Quero que eles diga que eles vêm."
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