O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo está preocupado com a valorização do real. Por isso, a decisão de elevar a partir de amanhã de 2% para 4% o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre capital estrangeiro para aplicações em renda fixa e fundos de investimento. Segundo ele, a medida não altera as aplicações e os investimentos estrangeiros diretos (IED).
"Estamos preocupados que o real se valorize e prejudique os exportadores brasileiros e aqueles que produzem para o mercado local, que passam a ter uma concorrência a preços baixos dos importadores", disse Mantega.
O ministro explicou que há um interesse crescente dos investidores em fazer aplicações em renda fixa e houve muita entrada de capital nessa modalidade, o que está valorizando o real. "Essa medida vem reforçar o que foi feito há um ano, em outubro do ano passado, quando estávamos notando uma tendência de valorização do real e nós fizemos uma aplicação do IOF nessa modalidade", disse.
De lá para cá, segundo ele, houve estabilidade do real que ficou "em torno de R$ 1,70, R$ 1,75 e R$ 1,80", mas agora, disse Mantega, há novamente um interesse crescente dos estrangeiros.
O anúncio do aumento do IOF foi feito de maneira incomum para medidas de tamanho impacto e importância. Ao invés de ser convocada uma entrevista coletiva para um anúncio formal, no auditório do Ministério da Fazenda, o ministro Guido Mantega preferiu falar cercado por seguranças, na portaria do prédio, em um púlpito instalado de última hora no meio dos jornalistas, que tiveram que se acotovelar para escutar o anúncio.