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Tributos

Varejo diz que contratará 57 mil temporários

A prorrogação do desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) anunciada ontem terá como contrapartida a contratação de mais funcionários temporários para o fim do ano.

De acordo com a presidente do Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), Luiza Trajano, o acordo é contratar entre 10% e 15% do quadro total do comércio varejista em temporários. "O trabalhador vai receber o 13.º salário e essa medida vai ajudar muito", afirmou.

Segundo o IDV, as 9.450 lojas ligadas a eles empregam diretamente 385 mil pessoas. Por esse cenário, as contratações de temporários podem chegar a 57 mil.

Além disso, a Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) informou que os fabricantes de eletrodomésticos de linha branca se comprometeram a não demitir funcionários enquanto durar a redução do IPI.

Na semana passada, em encontro com a presidente do IDV, o ministro da Faenda, Guido Mantega, condicionou a manutenção do corte do imposto à geração de empregos e a mais promoções de produtos. "São eles que sabem fazer as promoções, divulgar o produto, dar alguma facilidade a mais para o consumidor. Acho que eles têm feito isso, mas a gente sempre pode fazer melhor", afirmou na ocasião.

Na geladeira

Anunciado em abril, o "Bolsa Geladeira" (troca de geladeiras velhas por novas) do governo federal está paralisado. O governo admite dificuldades no projeto. "Não desistimos, porém não temos desenho definitivo para a política do programa", disse Mantega. "Nós paralisamos um pouco em razão da crise econômica", afirmou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

Quando foi lançado, o programa tinha como meta trocar 10 milhões de geladeiras. No fim de abril, Lobão anunciou que as geladeiras do programa custariam aproximadamente R$ 500.

Na ocasião, o programa estava sendo planejado da seguinte forma: o consumidor que quisesse trocar a geladeira teria o seu eletrodoméstico antigo recolhido. Sobre o valor do produto novo, seria concedido um desconto e haveria uma linha de crédito para financiar a compra.

O governo, no entanto, não conseguiu equacionar a logística: revendedoras deveriam levar as geladeiras velhas provenientes das trocas para uma empresa especializada em retirar o gás CFC e revender a carcaça a uma usina de reciclagem.

Atualmente, algumas distribuidoras de energia já fazem programas de troca. Elas usam parte da verba que legalmente é destinada à área de pesquisa para promover a troca.

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