A crise internacional mudou o mapa dos mercados em desenvolvimento com maior potencial para atrair investimentos estrangeiros para o varejo. Países da América Latina e do Oriente Médio aparecem entre os 30 mercados mais atraentes, revela a edição deste ano do ranking feito pela consultoria norte-americana A. T. Kearney. E, pelo segundo ano seguido, o Brasil lidera a lista dos mercados com maior potencial de investimento, seguido, neste ano, pelo Chile, China e Uruguai.
A consultoria avalia 25 variáveis de cada país, reunidas em quatro grupos: atratividade do mercado, risco econômico e político, saturação do mercado e em quanto tempo novos players estarão presentes na região.
No caso do Brasil, os fatores que mais contribuíram para o país ter permanecido no topo foram os indicadores de baixa saturação de mercado e potencial de consumo, diz Esteban Bowles, sócio da consultoria e líder da prática de Varejo e Bens de Consumo na América Latina.
Segundo a pesquisa, o tamanho do mercado varejista brasileiro aumentou 15% no ano passado e os gastos com consumo têm crescido 9% ao ano desde 2007. "O crescimento da nova classe média brasileira continua impulsionando o desenvolvimento do setor varejista", diz Bowles. Ele acrescenta que o varejo de luxo também ganha força no Brasil e em outros países da América Latina, refletindo o melhoria de poder aquisitivo da população.
Regiões
"A participação da América Latina e dos países do Oriente Médio é forte", diz Bowles. Ele destaca que, neste ano, sete países no ranking de 30 são latino-americanos. Além do Brasil e do Chile, estão na lista dos latinos Uruguai, Peru, Colômbia, Panamá e México. Emirados Árabes, Omã, Kuwait, Arábia Saudita, Jordânia e Líbano engrossam a relação de países do Oriente Médio.
O executivo explica que esses mercados de consumo ganharam relevância porque a crise nas economias desenvolvidas acabou tendo reflexos nos países do leste europeu, que apresentaram sinais de saturação no consumo.