O nível de emprego no Paraná finalmente apresentou sinais de recuperação em novembro, movimento que era esperado desde o início do ano. A alta foi de 0,16% em relação a outubro, com saldo de 2.980 vagas, o segundo melhor índice para o mês desde 1992, início do levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). O porcentual também ficou acima da média nacional, de 0,12%. Entre janeiro e novembro deste ano, a variação é de 6,11%. Foram criadas 108.231 vagas no período, com destaque para o setor de serviços, comércio varejista e construção civil.
Em função da entressafra, o Interior do estado registrou queda de 0,29% no número de empregos em novembro. Já na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), a variação foi de 0,85%, principalmente devido às contratações de pessoal temporário para o setor varejista. Este criou 5.242 vagas no Paraná, alta de 1,44% em relação ao mês anterior. A categoria denominada "outros serviços", que engloba pessoal de limpeza, segurança e recursos humanos, entre outros, cresceu 1,12%, com saldo de 1.914 vagas. Os outros segmentos que se destacaram foram o de metalurgia (1,13%), hotéis e restaurantes (alta de 0,42%) e transporte e comunicação (0,41%). Já a indústria de alimentos e bebidas e a agricultura apresentam saldo negativo de emprego, com variações de -2,93% e -2,73%, respectivamente.
Historicamente, o Paraná sempre apresentava queda no nível de emprego em novembro, por causa do peso da agricultura na economia, setor que costuma demitir nesta época.
Apenas neste ano e em 2004 que teve saldo de 5.575 vagas ocorreu o contrário. "Em comparação com o ano passado, a agricultura não demitiu tanto. Já os setores que tiveram desempenho positivo agora geraram emprego em um ritmo menor em 2005", explica o economista do Dieese Sandro Silva.
No acumulado do ano, dos dez segmentos que apresentaram crescimento no nível de emprego, quatro são do setor de serviços. O comércio varejista foi o responsável pelo maior número de vagas criadas: 19.128, com alta de 5,49% em relação ao mesmo período de 2005. Em seguida estão a indústria de alimentos e bebidas, com saldo de 14.563 vagas (variação de 10,51%), outros serviços, com saldo de 12.166 (7,69%), hotéis e restaurantes, com 12.099 novas vagas (4,69%) e construção civil, que vem se recuperando da crise pela qual passou no início da década. Este segmento teve alta de 12,57% no nível de emprego, com 7.789 vagas criadas.
O crescimento no nível de emprego ocorre em todo o Brasil, de acordo com Silva, em função da queda dos juros, inflação baixa, valorização do salário mínimo e políticas sociais do governo federal e também estadual, que impactam positivamente na economia. Em termos de número de vagas criadas, o Paraná fica na quarta colocação entre os 26 estados e o Distrito Federal.
De acordo com o economista, o estado poderia se destacar ainda mais se o câmbio não estivesse valorizado, o que prejudica setores exportadores. Exemplo disso é a indústria de madeira e mobiliário, que no acumulado do ano fechou 1.514 vagas, queda de 2,02% em relação ao mesmo período de 2005.
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