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Comércio exterior

Varejo em alta sustenta recorde de importações

Consumo aquecido e queda na venda de commodities encurtaram saldo da balança | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Consumo aquecido e queda na venda de commodities encurtaram saldo da balança (Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo)
O saldo comercial de novembro foi o menor desde janeiro. Veja no gráfico |

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O saldo comercial de novembro foi o menor desde janeiro. Veja no gráfico

O mercado interno aquecido às vésperas do período de festas de fim de ano teve forte impacto sobre as importações brasileiras em novembro. No mês passado, a média diária de US$ 868,8 milhões em compras foi a maior da história, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Nor­malmente, as encomendas para os estoques do período são realizadas até outubro, mas o câmbio apreciado e as expectativas de recordes de vendas mantiveram o fôlego das importações, que somaram US$ 17,376 bilhões em todo o mês.

"Com a proximidade do Natal, tem o efeito das compras de fim de ano. Isso afeta o desempenho das importações", disse o diretor de Planejamento da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC, Roberto Dantas. A maior parte dessas importações vem da China. No mês passado, 15% dos bens importados que chegaram ao Brasil vieram do país asiático, que só perde para a União Europeia como principal fornecedor do Brasil.

Dantas afirmou que as importações de novembro também apresentaram aumento no segmento de combustíveis, sobretudo carvão, usado nas siderúrgicas. "Era esperado um crescimento das importações, como ocorre todos os anos, mas o salto foi um pouco maior. Além disso, é importante ressaltar a continuidade das compras de bens de capital e insumos importados, em decorrência dos investimentos e do aumento da produção da indústria nacional."

Embarques em baixa

Como consequência do volume das importações, o saldo comercial brasileiro em novembro foi positivo em apenas US$ 312 milhões, o pior desempenho desde janeiro, quando houve déficit de US$ 177 milhões. Para Dantas, parte do resultado se deve à programação de embarques no fim do ano, sazonalidade que faz com que o mês de novembro tenha saldos reduzidos, entre os piores do ano, como ocorreu em 2007 e 2009.

Em conjunto com o aumento das importações no período, a queda de 3,8% nas vendas ao exterior em relação à média diária de outubro também reduziu o saldo no mês, devido ao fim das safras de algumas commodities, já embarcadas. Ainda assim, a média de US$ 884,4 milhões exportados por dia no mês passado foi um recorde para novembro. Por outro lado, os US$ 17,688 bilhões em exportações no período representaram o quarto mês consecutivo de queda este ano, após o pico de US$ 19,236 bilhões em agosto.

Em relação a novembro de 2009, as exportações subiram 69,2%, com expansão principalmente em produtos básicos como minério de ferro (176%) e café (62%), que também tiveram seus preços internacionais bastante reajustados nesse intervalo.

Entrada de dólares recua em novembro

A entrada de dólares no país superou a saída por US$ 1,216 bilhão em novembro (até o dia 26), segundo o Banco Central. O valor é inferior ao de novembro de 2009 – que, com 18 dias úteis, teve fluxo de US$ 2,925 bilhões –, e perde também para o saldo de outubro deste ano (US$ 6,917 bilhões).

A conta financeira – divisas que saem e entram do país por operações de tesouraria – movimentou US$ 1,434 bilhão. Na conta comercial, o saldo ficou negativo em US$ 218 milhões. No acumulado do ano, o saldo cambial está positivo em US$ 25,255 bilhões, abaixo dos US$ 25,781 bilhões de 2009.

O Banco Central tem reduzido o tamanho de suas intervenções no mercado de câmbio por meio de leilões para compra de moeda. Na terceira semana de novembro, a autoridade monetária chegou a adquirir US$ 534 milhões, enquanto na quarta semana foram pouco mais de US$ 100 milhões. Ontem, a moeda norte-americana encerrou os negócios com baixa de 0,41%, em R$ 1,707.

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