Com o aval de entidades de garantia de crédito, as associações comerciais e empresariais do Paraná querem facilitar o acesso de micro e pequenas empresas aos recursos. Segundo o presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), Jefferson Nogaroli, há linhas em abundância disponíveis no país, mas o excesso de exigências e a burocracia inviabilizam o acesso dessa fatia do empresariado. A proposta foi discutida ontem durante a XVI Convenção Anual da Faciap, em Curitiba.
"Os bancos não têm interesse em emprestar para os pequenos, principalmente por falta de garantias. E sem dinheiro, essas empresas dificilmente conseguem crescer." Segundo Nogarolli, a proposta da entidade é criar um sistema similar ao que já funciona com sucesso na Itália e beneficia hoje 1 milhão de empresas. As chamadas "confidis" formadas por câmaras de comércio e instituições de fomento garantem até 80% do valor dos projetos. No Brasil, existe apenas uma associação de garantia de crédito em funcionamento, no Rio Grande do Sul, com base no modelo europeu.
Segundo o presidente da Faciap, com o aval dessas sociedades de garantia de crédito, será possível viabilizar financiamentos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com prazos longos de pagamento (entre 2 e 5 anos) e taxas interessantes (entre 8% e 10% ao ano). "A idéia não é criar um hospital para empresas quebradas e sim abrir caminhos para quem tem planos de crescer."
É o caso da Escola de Formação de Condutores Litoral, de Guaratuba. A proprietária Eliana Bueno de Sá diz que precisa, "com urgência", contratar novos funcionários e renovar a frota. "Mas o crédito pra nós é muito difícil. E quando temos acesso, o juro é muito alto. Não é compatível com o retorno que temos."
Para viabilizar o que deve ser o Sistema Nacional de Garantia de Crédito, a Faciap, em parceria com o Sebrae Paraná, vai apresentar os projetos a outras entidades empresariais, ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal. "O projeto tem todo o nosso apoio pois é uma forma de aproveitar melhor a poupança do estado mais vantajosa para quem empresta e para quem pede o crédito", diz o presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures.
Segundo o secretário de indústria e comércio do estado, Virgílio Moreira Filho, a proposta terá todo o apoio do governo estadual, através da sua agência de fomento. "Queremos viabilizar linhas de crédito mais baratas e mais rápidas para essas empresas, seja por intermédio dessas associações de garantia, seja diretamente com o BNDES."
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