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Vendas do comércio varejista tiveram crescimentode 5,9% em 2009 no Brasil |
Vendas do comércio varejista tiveram crescimentode 5,9% em 2009 no Brasil| Foto:

Impulsionado por corte de tributos, massa salarial em alta, queda do dólar, retomada do crédito e juros mais baixos, o comércio varejista foi pouco afetado pela crise. O varejo paranaense cresceu 5,2% em 2009, resultado que ficou abaixo da média nacional, de 5,9%. Os índices são bem inferiores aos de 2008: 7% e 9,1%, respectivamente. Mas, considerando-se o contexto das turbulências financeiras do ano passado, o desempenho do setor – no estado e no país – não foi nada desprezível.No Paraná, contribuíram para o resultado a "explosão" das vendas de equipamentos de informática e comunicação, que cresceram 59,3%, e também os bons resultados de artigos médicos e farmacêuticos (+23,4%), artigos de uso pessoal e doméstico (+10,9%) e de livros, jornais, revistas e papelaria (+9,8%).

Apenas as vendas de combustíveis, vestuário e calçados recuaram no estado em 2009. Ainda assim, o comércio paranaense amargou o quinto ano consecutivo de crescimento inferior ao da média brasileira. O economista Vamberto Santana, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e assessor econômico da Federação do Comércio do Paraná (Feco­­mércio), atribui o fenômeno principalmente às fortes taxas de expansão registradas no Nordeste nos últimos anos. "Proporcionalmente, os estados nordestinos têm mais beneficiados por programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e sua expansão vêm puxando para cima a média nacional", diz.

Gripe A

Para Santana, o resultado do Paraná em 2009 também foi muito influenciado pelo agronegócio e pela epidemia de gripe A. "Houve quebra de safra e baixa nas cotações de alguns dos principais produtos agrícolas. O empresário rural recebe menos, seus funcionários também, o que afeta o comércio", explica. "Além disso, a gripe também foi mais forte por aqui. Com as pessoas evitando aglomerações, as vendas do comércio naturalmente caíram em alguns meses."

Sem as contribuições negativas do mercado externo e da freada dos investimentos, o comércio se saiu melhor do que a indústria, que amargou uma retração recorde de 7,4% no ano passado. Em relação a dezembro de 2008, as vendas nacionais avançaram 9,1%, mas a base de comparação é baixa porque a economia estava em crise.

O economista Carlos Thadeu de Freitas, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), analisa os resultados de 2009 como positivos e diz que houve "apenas numa acomodação em dezembro’’. No último mês do ano passado, as vendas nacionais perderam fôlego e caíram 0,4% ante novembro. No Paraná, a retração foi de 1,8%.

Sustentação

Segundo Freitas, os fatores que sustentaram o comércio em 2009 se mantêm agora em 2010: a renda continuará em alta, na esteira do reajuste do salário mínimo, o crédito será alongado e o dólar – que barateia importados e alimentos – não deve sair do atual patamar de R$ 1,80. Sob todas essas influências positivas, aliadas ao controle da inflação, a CNC prevê uma expansão das vendas do comércio entre 9% e 10% em 2010.

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