As vendas no comércio brasileiro cresceram 2% em agosto sobre julho, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quarto avanço mensal consecutivo, o resultado indica uma aceleração no ritmo de crescimento do setor, que em maio, junho e julho havia registrado altas de 1,4%, 1,7% e 0,4% respectivamente. Em relação a igual mês do ano passado, a expansão foi de 10,4%.
O desempenho do varejo classificado como "exuberante" pela consultoria Rosenberg & Associados foi o melhor para meses de agosto desde o início da série histórica, em 2000, e também o mais forte avanço mensal desde março (quando as vendas haviam subido 2,4% sobre fevereiro). Os dados vieram acima da maioria das expectativas do mercado que, na média, previa alta de 1,5% sobre julho (as projeções variavam de 0,8% a 2%) e de 9,7% sobre agosto de 2009 (o intervalo entre as expectativas era de 8,8% a 10,5%). Nos oito primeiros meses do ano, as vendas do varejo acumulam alta de 11,3% sobre igual período de 2009. No intervalo de 12 meses encerrado em agosto, a expansão é de 10,1%.
Segmentos
Todas as atividades monitoradas pelo IBGE elevaram suas vendas na passagem de julho para agosto e também na comparação com agosto do ano passado. Nesse último caso, o segmento com maior contribuição à média geral foi o de supermercados, alimentos, bebidas e fumo. O instituto atribui o fenômeno ao aumento do poder de compra do consumidor e a um avanço mais contido dos preços no período avaliado.
Também impulsionadas pelo crescimento da massa de rendimentos e, ainda, pela expansão do crédito, as vendas de móveis e eletrodomésticos foram responsáveis pelo segundo maior impacto global. A atividade desse segmento retornou aos patamares de crescimento pré-crise, o que, segundo o IBGE, ocorreu "mesmo após o término da política de renúncia fiscal (redução de IPI para a linha branca) e do eventual aumento de demanda devido à Copa do Mundo".
Paraná
No estado, as vendas do comércio subiram 2,2% de julho para agosto, desempenho ligeiramente superior à média nacional. Na comparação com agosto de 2009, a alta foi de 7,8%. No entanto, as variações acumuladas em 2010 e nos últimos 12 meses de 10,4% e 9%, respectivamente ficaram abaixo da média brasileira. Isso ocorre porque as vendas no Paraná estão crescendo em ritmo mais lento que as do Brasil em segmentos que têm peso importante na composição do índice geral combustíveis e lubrificantes; supermercados, alimentos, bebidas e fumo; vestuário e calçados; e móveis e eletrodomésticos.
Por outro lado, os resultados paranaenses são um pouco melhores que os do conjunto de todos os estados naquilo que o IBGE chama de "varejo ampliado", classificação que inclui as categorias de veículos e peças e de materiais de construção. De janeiro a agosto, o varejo ampliado teve expansão de 13% no estado, contra 12,2% na média nacional. A explicação é que as vendas de veículos e peças têm sido ligeiramente mais fortes por aqui, pelos cálculos do IBGE em 2010, elas cresceram 16,1% no estado, frente a 13,1% no Brasil inteiro. No caso dos materiais de construção, o avanço local é de 18,2%, frente a 16,4% em todo o país.
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