O comércio varejista mostrou fôlego na passagem de outubro para novembro. As vendas aumentaram 0,7%, o nono resultado positivo consecutivo, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O bom desempenho foi generalizado, com destaque para supermercados e móveis e eletrodomésticos.
O único setor que mostrou retração foi o de equipamentos de informática e comunicação, prejudicado pelo encarecimento de produtos por causa da alta do dólar. No conceito ampliado, que inclui veículos e material de construção, o aumento nas vendas de automóveis surpreendeu analistas.
Os números indicam que o varejo teve um desempenho melhor do que o previsto no quarto trimestre de 2013, compensando um resultado mais fraco do setor industrial. "Só reforça a percepção de que a indústria vem puxando a atividade para baixo e os serviços, para cima", avalia o economista Guilherme Maia, da Votorantim Corretora.
O crescimento das vendas fez a Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) ficar mais otimista com o setor este ano. "Revisamos a projeção de aumento nas vendas ao longo de 2014, de 6% para 6,5%, porque parece que o varejo assumiu mesmo essa velocidade de cruzeiro no crescimento", afirma Fábio Bentes, economista da CNC. A confederação espera uma alta de 4,6% nas vendas do comércio varejista no consolidado de 2013.
O mercado de trabalho forte e a inflação em patamares menores ajudam a explicar a expansão nas vendas. O volume vendido pela atividade de supermercados cresceu 5,7% em novembro do ano passado, em relação ao mesmo mês de 2012 a inflação dos alimentos no domicilio saiu de um patamar de 13% em 12 meses no começo de 2013 para cerca de 8% em novembro. O setor foi o que mais contribuiu para a expansão do comércio em novembro, segundo o IBGE.
Obstáculos
Em 2014, a grande incógnita em relação ao comportamento do varejo será o mercado de trabalho, que já dá sinais de desaceleração com a renda em crescimento mais modesto e o emprego estagnado. Os juros mais altos elevados para conter a inflação num ano eleitoral são outro limitador do varejo, ao tornar o crédito mais caro.
Comércio do PR cresce acima da média nacional
Angieli Maros
O volume de vendas do comércio varejista no Paraná cresceu 1,3% em novembro de 2013, na comparação com outubro, superando o índice de expansão nacional no setor, que foi de 0,7% no mesmo período.
Considerando a comparação de novembro de 2013 com o mesmo mês do ano anterior, o crescimento das vendas no estado foi de 10%, a 5.ª maior variação registrada no país. Lideram a ampliação de vendas Roraima (16,9%), Acre (13,7%), Maranhão (13,4%) e Paraíba (12%).
O setor que teve maior avanço nas vendas no Paraná, na comparação de novembro de 2013 ante o mesmo mês de 2012, foi o de livros, jornais, revistas e papelaria, com expansão de 16,6%. Os setores de combustíveis e lubrificantes; e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria e cosméticos também tiveram variação importante, com expansão de 15,4%.
Por outro lado, o único setor que apresentou retração foi o de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com queda de 19,92% nas vendas.