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É cada vez mais incerto o futuro do leilão da Varig, que ocorre na próxima segunda-feira. Em meio ao receio de compradores em potencial de herdarem os passivos trabalhistas e tributários da empresa, um dos investidores que mais vinham manifestando interesse em comprar a companhia, a Azulis Capital, que atuava em parceria com um banco franco-suíço, desistiu ontem do negócio.

Segundo Emerson Pieri, representante do banco, a desistência foi decorrente do fato de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não ter oferecido condições ideais de financiamento. Além disso, afirmou o representante, preocupou a possibilidade de a Varig nova, vendida sem dívidas no leilão, ter de arcar com o passivo do fundo de pensão dos funcionários da companhia, o Aerus. "Se o passivo não for honrado pela Varig velha em cinco anos, a responsabilidade fica com a Varig nova."

Da mesma forma, a Ocean Air, apontada como uma das principais interessadas, tem várias dúvidas sobre o negócio. "O risco de sucessão trabalhista é uma das questões críticas. Certos pontos não estão claros", disse o presidente da empresa, Carlos Ebner. "Mas ainda estamos interessados."

Há rumores de que o dono da companhia aérea, o empresário German Efromovich, teria se aliado ao controvertido russo Boris Berezovski – multimilionário empresário da mídia que fugiu da Rússia após romper com o presidente Vladimir Putin – para comprar a Varig. A Webjet também avalia se entrará no leilão, assim como o escritório de advocacia Ulhôa Canto, Rezende e Guerra, que representa um fundo de investimentos que atua no Reino Unido e nos EUA.

Até agora, Gol, o consórcio Aero-LB (liderado pela portuguesa TAP), Ocean Air, TAM e Webjet pagaram os R$ 60 mil para ter acesso ao "data-room" – sala com informações confidenciais sobre a saúde financeira da Varig. Nos casos da Gol e TAM, o interesse principal não é fazer lances no leilão, e sim ter acesso aos dados confidenciais da Varig e monitorar o interesse de concorrentes.

Já a Aero-LB acessou a sala porque se preocupou com o fato de alguns ativos da VEM, ex-subsidiária de manutenção da Varig que foi vendida para a TAP, terem sido incluídos na relação de bens a serem leiloados na segunda-feira. Após uma conversa com o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8.ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, isso foi alterado pela consultoria Alvarez & Marsal, que conduz o processo de reestruturação da Varig.

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