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Crise

Varig pede crédito aos fornecedores

Brasília – A Varig pediu aos seus fornecedores públicos e privados uma "linha de crédito" de US$ 200 milhões para atravessar a baixa estação (meses mais fracos para o turismo), segundo informou ontem o presidente da companhia, Marcelo Bottini. A empresa também vai pedir recursos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além deste volume solicitado aos fornecedores.

Os credores estatais (BR Distribuidora e Infraero) entrariam com aproximadamente US$ 70 milhões nesse plano, suspendendo a cobrança de taxas aeroportuárias por três meses e a cobrança pelo fornecimento de combustíveis por dois meses. "Teríamos uma suspensão dessas taxas no momento, e pagaríamos mais à frente, tudo isso dentro de uma linha de crédito", explicou.

A proposta também prevê a suspensão do pagamento do arrendamento das aeronaves por três meses, segundo explicou Bottini, após reunir-se por quase duas horas com o novo ministro da Defesa, Waldir Pires.

De acordo com o presidente da companhia aérea, a proposta de crédito junto aos fornecedores foi apresentada há uma semana e meia. A empresa também se compromete em adotar medidas de redução de custo.

Apesar de não ter ainda este acordo fechado, Bottini descartou a possibilidade de que a empresa pare de operar imediatamente. Caso seja necessário, a companhia vai utilizar aeronaves da Ocean Air, do empresário German Efromovich, em algumas cidades. Os vôos continuariam tendo o nome e o prefixo VG, da Varig, mas seriam operados com os Fokker 100 da Ocean Air.

Esta grave crise financeira está fazendo com que a Varig perca mercado tanto em vôos nacionais quanto internacionais. Segundo dados divulgados ontem pelo Departamento de Aviação Civil (DAC), a participação de mercado da empresa caiu para 18,92% em março, contra 28,54% no mesmo mês do ano passado. Em fevereiro, esse porcentual era de 19,25%.

Por outro lado, a TAM elevou sua fatia de 39,85% para 44,21% entre março de 2005 e o mês passado e manteve-se líder no mercado doméstico pelo 33.º mês seguido.

Para solucionar a crise, o presidente do Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo, Uébio José da Silva, defende uma intervenção judicial na Varig, a exemplo do que foi feito na Vasp, que paralisou as operações em janeiro de 2005 e está sendo administrada por interventores desde março do ano passado.

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