A Volvo Construction Equipment Latin America, braço de máquinas e equipamentos do grupo sueco, prevê um forte ritmo de vendas em 2010, no embalo da recuperação das exportações e dos investimentos em infraestrutura na área de energia, rodovias, portos e aeroportos e da retomada dos projetos de mineração e o avanço na construção para habitação no país. Depois de um ano marcado pela crise econômica, Yoshio Kawakami, presidente da empresa, espera voltar aos patamares de 2008. "Será o segundo melhor ano da história", diz ele, que projeta um crescimento de 15% no faturamento, para US$ 430 milhões.

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A empresa, que tem sede em Curitiba e fábrica em Pederneiras (SP), prevê investir US$ 10 milhões, principalmente em modernização e mudanças nos modelos de produtos. Em 2009, graças à queda nas exportações, a receita regional caiu 28%, para US$ 373 milhões, e os investimentos ficaram em US$ 3 milhões. "Foi um ano em que aumentamos vendas no Brasil em 17%, mas as exportações caíram a um volume mínimo. A produção local caiu à metade em relação ao ano anterior". Segundo ele, com a recuperação do mercado, as 100 vagas que foram fechadas no ano passado na fábrica já foram reabertas e preenchidas.

Em 2010, as vendas devem ficar próximas de 2 mil máquinas no Brasil, onde Volvo elevou a participação no setor de máquinas pesadas de 14% para 19% no ano passado. Parte desse resultado, de acordo com o executivo, se deveu à decisão de lançar produtos mais compactos – como miniescavadeiras, minicarredeiras e rolos compactos – e mesclar o portfólio entre importados, cujos preços são beneficiados pelo dólar fraco, e produtos nacionais. De acordo com ele, os equipamentos compactos já representam 40% dos negócios.

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O Brasil, menos atingido pela crise do que outras economias mundiais, também aumentou participação – de 3% para 5% – nas vendas globais da VCE em 2009. Foi o segundo maior destaque depois da China, onde a Volvo comprou um concorrente local, o que ajudou a participação a crescer de 30% para 39%. "Com exceção da Rússia, 2009 foi o ano dos BRICs, cujas vendas já representam 58% do total", diz o executivo. Na América Latina, o Brasil passou a representar 74% das vendas, contra um porcentual de 48% em 2008. De acordo com Kawakami, o mercado global ainda se recupera da ressaca da crise, mas há melhora no ritmo de encomendas em países como Colômbia, Peru e Chile. "Há também um movimento de migração dos fabricantes ocidentais para a Ásia, em busca da demanda local, e dos chineses para os mercados do ocidente", acrescenta.