Os segmentos de veículos e combustíveis foram os "motores" da produção industrial do Paraná em 2011. No acumulado de janeiro a novembro, os dois ramos cresceram, respectivamente, 28,1% e 13,1% em relação ao mesmo período de 2010, puxando para cima a média geral da indústria paranaense. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice estadual avançou 5,6% nos 11 primeiros meses do ano, a terceira maior taxa entre os 14 locais pesquisados, atrás de Espírito Santo (6,7%) e Goiás (6,2%) e bem acima da média nacional (0,4%).
O forte crescimento da produção de veículos consolida a recuperação do polo automotivo local. Após baixar 27,3% em 2009, o volume produzido praticamente dobrou nos últimos dois anos. Em 2011, diz o IBGE, o desempenho do segmento foi influenciado principalmente pela produção de caminhões. A afirmação encontra respaldo nos bons números da Volvo, de Curitiba, que elevou suas vendas no mercado brasileiro em quase 25% no ano passado, bem acima da média de todas as empresas (9,6%). Mas a fabricação de veículos leves também aumentou. A Renault, por exemplo, está ampliando sua fábrica em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, depois de sucessivos recordes nos últimos anos.
O aumento da produção de combustíveis ocorre após dois anos de retração na soma dos anos de 2009 e 2010, a atividade havia encolhido quase 9%. Na pesquisa divulgada ontem, o IBGE destacou a expansão da fabricação de óleo diesel e gasolina, os dois principais produtos da Refinaria Presidente Getulio Vargas (Repar), da Petrobras, que fica em Araucária, na região de Curitiba. Passando por obras de ampliação há alguns anos, a refinaria conseguiu, em 2011, compensar os maus resultados das usinas de etanol, prejudicadas pela falta de renovação dos canaviais e por problemas climáticos.
Além de veículos e combustíveis, outros nove segmentos da indústria paranaense produziram mais em 2011, segundo o IBGE. Entre eles, o instituto ressaltou a expansão do ramo de máquinas, aparelhos e materiais elétricos cujo crescimento de 16,2% foi puxado por cabos e fibras óticas para telecomunicações e da indústria madeireira, que cresceu pela primeira vez em seis anos. Mas o aumento de 8,9% na produção de madeira entre janeiro e novembro ficou longe de compensar os maus resultados dos cinco anos anteriores, quando a produção encolheu 45%.
O economista Roberto Zürcher, da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), também destaca a boa produção agrícola de 2011. "A safra foi muito boa, o que ajudou a agroindústria, principal ramo industrial do estado. Além disso, a renda do campo implicou o consumo de outros bens, ajudando outros segmentos", diz.
Retração
Apenas três dos 14 ramos da indústria paranaense monitorados pelo IBGE produziram menos no ano passado: mobiliário, com retração de 5% de janeiro a novembro; máquinas e equipamentos (-5,3%) e edição e impressão (-12,2%). Os três haviam crescido em 2010 no caso dos dois primeiros, mais de 20%. A indústria gráfica, por sua vez, encerrou uma série de três anos de expansão, na qual acumulou crescimento de 146%.