Perspectivas
Fiep prevê alta de 3,5% em 2012
A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) prevê um crescimento mais modesto para a produção estadual em 2012. De acordo com o economista Roberto Zürcher, o setor deve avançar cerca de 3,5%, cerca de dois pontos porcentuais abaixo do índice acumulado até novembro de 2011. A taxa paranaense deve superar a média nacional: a Fiep prevê que a produção brasileira cresça 2%, estimativa mais pessimista que a do mercado financeiro (de 3,43%).
"A economia está desacelerando no mundo todo", diz Zürcher. "A produção agrícola, que influencia a indústria paranaense, deve ter preços menores em 2012. Por outro lado, o setor automotivo deve ter um bom ano, porque o governo federal o está incentivando, através do crédito, para evitar uma freada mais brusca da economia."
O economista explica que o crescimento da indústria do Paraná depende de uma colaboração do clima, para que a safra agrícola não seja ainda mais prejudicada. De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a falta de chuva já reduziu em quase 12% a produção potencial de grãos do estado. "Se a situação piorar, a indústria não conseguirá crescer 3,5%", avisa Zürcher.
Os segmentos de veículos e combustíveis foram os "motores" da produção industrial do Paraná em 2011. No acumulado de janeiro a novembro, os dois ramos cresceram, respectivamente, 28,1% e 13,1% em relação ao mesmo período de 2010, puxando para cima a média geral da indústria paranaense. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice estadual avançou 5,6% nos 11 primeiros meses do ano, a terceira maior taxa entre os 14 locais pesquisados, atrás de Espírito Santo (6,7%) e Goiás (6,2%) e bem acima da média nacional (0,4%).
O forte crescimento da produção de veículos consolida a recuperação do polo automotivo local. Após baixar 27,3% em 2009, o volume produzido praticamente dobrou nos últimos dois anos. Em 2011, diz o IBGE, o desempenho do segmento foi influenciado principalmente pela produção de caminhões. A afirmação encontra respaldo nos bons números da Volvo, de Curitiba, que elevou suas vendas no mercado brasileiro em quase 25% no ano passado, bem acima da média de todas as empresas (9,6%). Mas a fabricação de veículos leves também aumentou. A Renault, por exemplo, está ampliando sua fábrica em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, depois de sucessivos recordes nos últimos anos.
O aumento da produção de combustíveis ocorre após dois anos de retração na soma dos anos de 2009 e 2010, a atividade havia encolhido quase 9%. Na pesquisa divulgada ontem, o IBGE destacou a expansão da fabricação de óleo diesel e gasolina, os dois principais produtos da Refinaria Presidente Getulio Vargas (Repar), da Petrobras, que fica em Araucária, na região de Curitiba. Passando por obras de ampliação há alguns anos, a refinaria conseguiu, em 2011, compensar os maus resultados das usinas de etanol, prejudicadas pela falta de renovação dos canaviais e por problemas climáticos.
Além de veículos e combustíveis, outros nove segmentos da indústria paranaense produziram mais em 2011, segundo o IBGE. Entre eles, o instituto ressaltou a expansão do ramo de máquinas, aparelhos e materiais elétricos cujo crescimento de 16,2% foi puxado por cabos e fibras óticas para telecomunicações e da indústria madeireira, que cresceu pela primeira vez em seis anos. Mas o aumento de 8,9% na produção de madeira entre janeiro e novembro ficou longe de compensar os maus resultados dos cinco anos anteriores, quando a produção encolheu 45%.
O economista Roberto Zürcher, da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), também destaca a boa produção agrícola de 2011. "A safra foi muito boa, o que ajudou a agroindústria, principal ramo industrial do estado. Além disso, a renda do campo implicou o consumo de outros bens, ajudando outros segmentos", diz.
Retração
Apenas três dos 14 ramos da indústria paranaense monitorados pelo IBGE produziram menos no ano passado: mobiliário, com retração de 5% de janeiro a novembro; máquinas e equipamentos (-5,3%) e edição e impressão (-12,2%). Os três haviam crescido em 2010 no caso dos dois primeiros, mais de 20%. A indústria gráfica, por sua vez, encerrou uma série de três anos de expansão, na qual acumulou crescimento de 146%.
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