A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter pela quarta reunião consecutiva a taxa básica de juros inalterada em 8,75% ao ano era amplamente esperada pelo mercado.
A taxa Selic está nesse patamar desde 22 julho de 2009. A decisão de manter os juros mais uma vez foi unânime e sem viés, de modo que a taxa deve permanecer em 8,75% ao ano no mínimo até a próxima reunião do Copom.
Veja o que analistas de mercado e entidades civis acharam da decisão do Copom:
Ricardo Almeida, economista e professor do Insper (ex-Ibmec São Paulo)
"Apesar de terem aumentado as previsões para a inflação e alguns índices terem apresentado leve alta, o Copom ainda parece ter achado prudente esperar. A inflação está sob controle."
Roberto Troster, economista da Corecon
"Era quase unânime a expectativa pela manutenção. Tem algumas pressões inflacionárias, mas o Copom avaliou que dá para esperar mais uma ou duas reuniões antes de agir."
Armando Monteiro Neto, presidente da CNI
"O cenário de juros estáveis é importante para voltarmos ao nível de investimento anterior à crise. O aumento da demanda interna está sendo plenamente atendido pela produção doméstica ou pelas importações, sem causar pressões sobre os preços."
Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical
A decisão [...] demonstra claramente que os membros do Copom estão com miopia econômica. Enquanto todos os indicadores sinalizam para o crescimento econômico, inflação sob controle e queda no índice de desemprego, o Copom insiste em impor um forte obstáculo ao desenvolvimento. É uma atitude nefasta para o setor produtivo e totalmente insensível para com os consumidores do mercado interno."
Orlando Diniz, presidente da Fecomércio-RJ
"Em um ambiente inflacionário confortável e diante de sinais de pujança econômica abaixo das expectativas, a decisão do Copom foi tímida. O comportamento do emprego em dezembro [...] surpreendeu negativamente, enquanto ganha espaço no mercado a previsão de fechamento negativo do PIB de 2009. Nessas circunstâncias, manter o custo do crédito elevado irá de encontro ao consumo das famílias, principal agente amortecedor dos efeitos da crise e sintonizado ao crescimento do comércio de bens e serviços. A manutenção dos juros também limita investimentos e ainda pesa sobre a questão fiscal, já agravada pela recente expansão dos gastos correntes."
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