Terminou sem acordo a reunião dos senadores republicanos para discutir o pacote de socorro às montadoras. Os senadores atribuíram o fracasso da reunião ao sindicato dos trabalhadores da indústria automotiva (United Auto Workers - UAW). Segundo os congressistas, o sindicato disse ao representante dos republicanos nas negociações, o senador Bob Corker, que não aceita reduções de salários como parte do acordo.

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"Tentamos muitíssimo chegar a um ponto em que pudéssemos legislar", disse o líder da maioria, o senador Harry Reid. "Estou terrivelmente desapontado."

O principal obstáculo foi a data a partir da qual os empregados das montadoras norte-americanas concordariam em aceitar uma redução geral dos salários, que ficariam mais próximos do que recebem os funcionários das montadoras estrangeiras. O líder da minoria, senador Mitch McConnell, disse que os líderes sindicais se recusaram a aceitar a fixação de uma data para o corte dos custos trabalhistas. Os republicanos vinham pressionando pelo estabelecimento de uma data, já no próximo ano.

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"Ficamos a cerca de três palavras de um acordo", disse o senador Bob Corker. "Parece que o UAW exagerou", acrescentou outro senador, Jim DeMint.

Como parte do pacote, sindicatos, diretoria, fornecedores, concessionárias, acionistas e detentores de bônus teriam de concordar em sofrer uma perda financeira para ajudar a reestruturação das empresas. Segundo Corker e o senador democrata Christopher Dodd, todas as outras questões haviam sido resolvidas, incluindo a proposta para que as companhias avaliassem com os detentores de seus bônus a troca de dois terços da dívida por ações.

A Câmara aprovou uma versão do pacote que se baseava num acordo fechado na noite de quarta-feira entre os congressistas democratas e a Casa Branca. O projeto aprovado pelos deputados concede empréstimos de curto prazo às montadoras num total de US$ 14 bilhões e estabelece diversas condições para o recebimento do dinheiro, incluindo a apresentação de um plano de reestruturação pelas companhias e a criação de uma espécie de ministro para o setor, o "czar" dos carros, que ficaria encarregado de supervisionar a reorganização das companhias.

Na manhã de quinta-feira parecia que os senadores republicanos não concordariam em apoiar esta versão. À tarde começou uma reunião entre Dodd, que preside o Comitê Bancário do Senado, e o senador democrata Richard Durbin, com a presença de Reid e McConnell, além de líderes do UAW e representantes das montadoras.

Reid afirmou que teme pelo que pode acontecer aos mercados financeiros dos EUA com o fracasso do acordo. Dodd acrescentou que pelo menos uma e talvez todas as Três Grandes montadoras norte-americanas (General Motors, Chrysler e Ford) podem entrar em concordata num futuro próximo. "Corremos o risco de assistir ao desaparecimento dessas indústrias", declarou Dodd.

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