Pode ser que no futuro a banda larga esteja no ar, ao alcande de todos, tão disponível quanto a energia elétrica e menos sujeita a apagões, esperamos. Os esforços das empresas do setor são nesse sentido e, quando esse momento chegar, é possível que boa parte das máquinas usem algo parecido com o sistema operacional Chrome OS, cujos primeiro detalhes foram revelados na semana passada pelo Google.
O Chrome OS baseia-se no navegador de mesmo nome, lançado pelo Google no ano passado. O sistema operacional foi criado tendo os netbooks como foco principal e assumindo que o usuário estará sempre on-line. A empresa garante que ele vai funcionar off-line, mas muitas funcionalidades estarão hospedadas na internet.
Por enquanto ele só pode ser baixado por desenvolvedores, apesar de existirem versões compiladas nos principais sites de torrents. Mas o Chrome ainda não é um sistema pronto para uso, com carência de drivers de componentes e funcionamento restrito a discos de estado sólido (SSD) semelhantes a pen drives de alta capacidade.
E é bem possível que ele continue assim, minimalista, porque não é intenção dos desenvolvedores fazer com que ele cresça demais. O gerente de produto do Google, Caesar Sengupta, conta que "não é um objetivo nosso oferecer suporte a todos os tipos de drivers, apenas aos mais comuns" e que a única forma de garantir um computador compatível com o Chrome será "comprar um netbook que já venha com o sistema instalado".
Os drivers são uma necessidade que deve ser preenchida pela comunidade que já desenvolve em cima do código-fonte liberado. Ainda de acordo com Sengupta, o Chrome OS "divide uma série de componentes-base com o Android (sistema operacional Google para celulares), mas não há planos para fazê-los compatíveis". Com um início tímido, o Android conquistou mercado rapidamente. Nos Estados Unidos, ele já responde por 20% de todos os acessos à internet por smartphones. No mundo, ele está com 11%, segundo a empresa de publicidade móvel AdMob.
Totalmente integrado à nuvem, inclusive nos aplicativos, o Chrome OS deve preencher um nicho diferente de sistemas mais robustos, como o próprio Windows. Sua velocidade e código-aberto podem ser os responsáveis pelo sucesso do sistema, mas isso só saberemos no lançamento oficial em 2010.
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Como funciona
Apesar dos primeiros anúncios e imagens oficiais, ainda há muita coisa incerta a respeito do Chrome OS, o aguardado sistema operacional do Google. Abaixo, algumas das coisas que se sabe sobre ele.
Boot rápido
A intenção do Google é permitir que o usuário conecte-se com a internet no mernor tempo possível a partir do momento em que ligar o computador afinal, é na rede que estão hospedados os programas de que ele precisa. Sem tantos componentes a serem iniciados, a máquina está pronta para o uso rapidamente.
Navegação
O navegador é o ponto central do sistema. Um vídeo de apresentação explica a razão disso: o usuário passa a maior parte de seu em frente ao computador usando a internet para atividades como ler e-mails, bater papo, jogar, ler notícias e fazer compras.
Nuvem
Com o Chrome OS, o usuário poderá executar as mesmas atividades, mas nenhum dos programas está hospedado na sua própria máquina. Processadores de texto, leitores de e-mail e outros programas estarão na rede. Os arquivos do usuário também.
Aplicações
Você precisa escrever um texto? Pode usar o Google Docs. Acessar seus e-mails? Tente o Gmail. Conversar com os amigos? Para isso há o GTalk ou o Wave. Telefonar? Nos Estados Unidos já é possível usar o Google Phone. Ler livros? O Google Editions está para ser lançado. O gigante da internet pretende ter à disposição todo tipo de aplicação que possa interessar ao usuário. Dá até medo.