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Venda de divisão adia planos do Grupo Positivo em fazer um IPO

Lucas Guimarães, vice-presidente do Grupo Positivo
Lucas Guimarães, vice-presidente do Grupo Positivo (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

Os planos do Grupo Positivo em fazer um IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês) da Positivo Educação foi adiada em, pelo menos, cinco anos. Um dos fatores que contribuiu para essa decisão foi a venda, por R$ 1,65 bilhão, do Sistema Positivo de Educação para a cearense Arco Educação.

Segundo Lucas Guimarães, vice-presidente do Grupo Positivo, sem a parte potencialmente vendida - o negócio depende do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão regulador da concorrência, o que pode acontecer em até seis meses -, o grupo ficou sem o tamanho ideal para a realização de um IPO. A receita anual do grupo, sem a unidade vendida, fica em R$ 840 milhões.

Outro fato que pesou na decisão do grupo em adiar a realização da oferta pública inicial de ações é a decisão de focar o lançamento em apenas um segmento. Isto ocorre, segundo Guimarães, porque os investidores podem fazer a diversificação de investimentos que for do seu interesse.

“Há no mercado o sabido efeito ‘desconto do conglomerado’ que se dá pela dificuldade de entendimento de um portfólio diversificado de empresas.”

A transação marca uma nova fase de negócios no segmento de educação. Com a saturação dos negócios envolvendo unidades de ensino superior e um contexto macroeconômico mais delicado, que afeta os negócios no segmento, os negócios estão se redirecionando para áreas mais rentáveis.

Investimentos futuros do Positivo

O Grupo Positivo já tem uma estratégia clara do que fará com os recursos obtidos com a transação.  “Esta operação traz muitas possibilidades de expansão e novos investimentos para as áreas de atuação do grupo”, diz o executivo.

Segundo o executivo, a prioridade será os investimentos em educação básica, incluindo aquisições de escolas em diferentes cidades no país. Nos últimos anos, o grupo expandiu a atuação própria para cidades como Joinville (SC), Londrina e Ponta Grossa.

Outras áreas também serão contempladas com investimentos. Ele também  afirma que não haverá alteração ou impacto para as demais áreas ou unidades do Grupo Positivo. “As principais sinergias com as demais empresas serão mantidas por meio de contratos bem estruturados e de longo prazo.

Guimarães cita como exemplo a divisão de tecnologia educacional. Os produtos estão presentes em 40 países e não dependem dos sistemas de ensino. “Além disso, a tecnologia educacional já não utiliza a marca Positivo em seus produtos, não dependendo da chancela do grupo para o seu posicionamento no mercado, que é extremamente inovador.”

Relacionamento com a Arco Educação

Até a oficialização da venda, prevista para acontecer em um prazo de até seis meses com a aprovação pelo Cade, a Positivo Soluções Didáticas - a empresa adquirida pela Arco Educação - permanecerá sob controle do Grupo Positivo.

Após, o grupo paranaense terá uma parceria de longo prazo com os cearenses. O sistema Positivo de educação será usado nas escolas de rede e o material continuará a ser impresso na Posigraf, o braço gráfico do grupo.

“Estamos mantendo a prerrogativa de fazer a revisão crítica de todos os novos materiais desenvolvidos pela Arco, e até mesmo a autoria do material do pré-vestibular por nossos professores”, diz Lucas Guimarães.

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