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Avon norte-americana é vendida, mas Natura mantém interesse na fatia do Brasil

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Fábrica de produção de sabonetes da Natura Ekos, em Belém. (Foto: Henry Milléo~/Arquivo/Gazeta do Povo). (Foto: Gazeta do Povo)

A divisão norte-americana da empresa da Avon foi vendida à sul-coreana LG Household & Health. O negócio foi anunciado na manhã desta quinta-feira (25) e não deve afetar o interesse da Natura na empresa.

Em março, a Natura & Co, empresa que representa o grupo dono de Natura, The Body Shop e Aesop, confirmou que mantinha discussões com a Avon, “a respeito de potencial transação envolvendo ambas as companhias”, mas não fez comentários adicionais.

A oferta englobaria não só a operação norte-americana, que foi separada da mundial há três anos, vendida à gestora Cerberus Capital Management e tem capital fechado, mas toda a operação mundial, que tem capital aberto.

Excluída a chance de compra das operações nos Estados Unidos, a Natura não comentou o anúncio da transação da New Avon América do Norte, mas reafirma que estão em andamento negociações junto à Avon Products Inc, “empresa de capital aberto com operações fora da América do Norte”.

Caso o negócio se confirme, o movimento tem potencial para ampliar o mercado da gigante brasileira, com a conquista de novos públicos (em especial das classes D e E), colocando a empresa como líder isolada do setor no país, abrindo distância dos principais rivais Unilever e Boticário.

Em setembro do ano passado, a diretora de varejo da empresa, Paula Andrade, disse à reportagem da Gazeta do Povo que o foco principal da Natura era o Brasil, mas que a aquisição da britânica The Body Shop por 1 bilhão de euros, em 2017, havia reforçado o know-how necessário para que o grupo pudesse expandir também globalmente.

A Avon North America foi adquirida por US$ 125 milhões. Como já mencionado, a empresa pertencia ao fundo Ceberus Capital Management e à Avon Product. Na prática, a LG Household & Health ficará com 80,1% do fundo e 19,9% da Avon nos EUA, segundo comunicado da empresa a investidores.

Na Bolsa brasileira, o reflexo do negócio foi positivo para a fabricante de cosméticos e varejista do segmento de beleza e bem-estar.

As ações da Natura estavam em alta de 9,33% às 15h20, cotadas a R$ 48,97. Esse movimento se explica pelo fato de que a exclusão da parte norte-americana da negociação entre Natura e Avon também representa mais dinheiro em caixa e menos desafios para a primeira, já que a Avon tem tido dificuldades em conquistar uma clientela mais jovem mundialmente. A marca já foi avaliada em cerca de R$ 20 bilhões no mundo, mas hoje é cotada em pouco mais de R$ 1 bilhão.

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