Há três meses, Márcio Léo Danielewicz, fundador da Central de Materiais, instalada em Campo Largo, vê dobrar o volume dos produtos que negocia. Especializada na venda de ativos empresariais, como máquinas, equipamentos, sucatas e veículos, a empresa de Danielewicz faz a ponte entre quem tem resíduos para vender e compradores interessados e acaba funcionando como termômetro da economia. Os vendedores se dividem entre os que estão encerrando atividades e os que estão renovando instalações. “A maior parte está adequando seus custos, redimensionando operações, e a venda de ativos pode ser uma renda extra para levantar caixa”, diz.
A Central de Materiais foi criada em 2011, quando Danielewicz identificou o nicho de mercado: dar o destino adequado a produtos que não são mais úteis para as empresas, pelo valor justo. Vender sucata ou resíduo não faz parte do negócio da maior parte dos clientes da Central de Materiais, como construtoras. Ao entrar no circuito, Danielewicz assume a responsabilidade pelo destino do material, e acerta preço, pagamento e retirada do produto entre as partes. No ano passado, foi administrada a venda de 30 mil toneladas de resíduos. Os ativos podem ser encaminhados para reciclagem ou reúso.
O atendimento personalizado é a melhor maneira para desenvolver os mercados locais
O trabalho começa com a avaliação comercial e de engenharia sobre o bem a ser negociado. Uma pesquisa de mercado e as condições do equipamento balizam o preço, que será validado pelo vendedor. A Central recebe uma comissão de 5 a 10% sobre o valor da venda e faz a divulgação em diversos canais: no próprio site ou por meio de seu call center, em leilões eletrônicos ou plataformas digitais, conforme o segmento. Quem compra o ativo fica responsável pelo transporte, com agendamento e acompanhamento também intermediado pela Central.
A empresa só trabalha com pagamento à vista. E, apesar da queda dos preços em relação ao ano passado, tem registrado faturamento médio mensal de R$ 600 mil e crescimento de 200% ao ano. Danielewicz também está de olho no mercado externo. A alta do dólar favoreceu a exportação de duas máquinas de embalagens para os Estados Unidos.
Franquia
Os bons resultados estimularam a expansão do negócio por meio de franchising. A primeira unidade foi aberta em Joinville (SC), em julho. “O atendimento personalizado é a melhor maneira para desenvolver os mercados locais”, diz o empresário. O franqueado assume as visitas e faz a prospecção de clientes, enquanto os processos financeiros e de divulgação são concentrados em Curitiba.
A meta é abrir 70 unidades nos próximos cinco anos, no formato de microfranquia, com investimento inicial de R$ 70 mil. Cinco contratos estão em negociação. “Com 70 unidades instaladas, teremos a geração de R$ 2,5 bilhões em venda de ativos”, prevê Danielewicz.
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