Varejo
Movimento está em alta no comércio
O movimento de consumidores nas lojas do país cresceu 0,7% em abril ante março, descontadas as influências sazonais deste início de segundo trimestre. Foi a segunda alta mensal consecutiva do Indicador de Atividade do Comércio, divulgado ontem pela Serasa Experian. Na comparação com abril de 2011, o avanço do varejo foi de 6%. No acumulado do primeiro quadrimestre, o aumento foi de 6,4% em relação a igual período do ano passado.
Dos seis segmentos analisados pelo indicador, apenas o de veículos, motos e peças registrou queda em abril em relação a março (-1,9%). Os economistas da Serasa Experian, em nota distribuída à imprensa, atribuem o cenário negativo no segmento de veículos ao aumento da inadimplência e ao maior rigor na concessão de crédito.
As lojas de material de construção reagiram e registraram avanço de 1,9% em abril, recuperando-se de duas quedas mensais sucessivas (-0,1% em março e -0,5% em fevereiro). O segmento de tecido, vestuário, calçados e acessórios teve alta de 1,3% e o de móveis, eletroeletrônicos e informática cresceu 1,2%. O movimento de consumidores subiu 0,4% no segmento de combustíveis e lubrificantes e ficou estável nos supermercados, hipermercados e demais lojas de alimentos e bebidas.
Perspectivas
Os economistas da Serasa Experian estão otimistas em relação ao cenário deste segundo trimestre. Para eles, já começam a produzir reflexos positivos sobre o varejo "o recuo gradativo dos níveis de inadimplência do consumidor, os ganhos reais de renda das pessoas ocupadas e as medidas de estímulo ao crescimento econômico tomadas pelo governo".
O mercado brasileiro de veículos sentiu no mês de abril um recuo nas vendas e na produção. De acordo com dados divulgados ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas totais de veículos no mercado interno atingiram 257.885 unidades no mês passado, uma queda de 14,2% ante março e um recuo de 10,8% em relação a abril de 2011.
Desse total, as vendas de veículos leves foram de 244.574 unidades, baixa de 13,8% ante março e queda de 10,4% em relação a abril de 2011. As vendas de caminhões diminuíram 18,8% ante março e caíram 17,8% em relação a abril do ano passado, para 11.113 unidades. Por fim, o volume de ônibus vendidos do mês passado foi de 2.198 unidades, queda de 29,1% ante março e recuo de 20,5% em relação a igual intervalo do ano passado.
Nos quatro primeiros meses do ano, 1.076.249 veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) foram vendidos, o que representa uma queda de 3,4% sobre o mesmo período do ano passado. Ainda no acumulado do ano, a produção somou 998.931 unidades, uma queda de 10,1% na comparação com os veículos produzidos em igual período de 2011.
Exportações
Segundo a Anfavea, as exportações em valores somaram US$ 1,379 bilhão em abril, com queda de 4,3% em relação a março e crescimento de 5,7% na comparação com abril de 2011. Os valores consideram as exportações de autoveículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) e máquinas agrícolas. O mês de abril encerrou com exportações de 48.692 veículos, um avanço de 15,3% ante março e um declínio de 0,5% sobre abril do ano passado.
Nos quatro primeiros meses do ano, as vendas externas somaram US$ 5,242 bilhões, uma alta de 13,9% sobre igual período de 2011 Neste intervalo, foram exportadas 160.453 unidades, o que significou um recuo de 4,9% ante o mesmo período de 2011.
Estoques
Os estoques de veículos do setor automobilístico subiram em abril para um giro (tempo médio em que o veículo demora para ser vendido) de 43 dias, ante 35 dias no mês imediatamente anterior. Esse giro correspondeu, no mês passado, a 366.500 unidades estocadas.
Desse total, de acordo com a Anfavea, os pátios das montadoras ficaram com 111.620 unidades, o correspondente a um giro de 13 dias. Já na rede de concessionárias, 254.880 unidades ficaram estocadas em abril, ou o equivalente a 30 dias.
O presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, atribuiu o aumento dos estoques em abril aos feriados da Semana Santa e do Dia do Trabalho. Embora este último tenha sido em maio, o dia 30 de abril fez parte do feriado prolongado.
Juros e empregos vão puxar a retomada
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, disse estar otimista com relação ao desempenho das vendas da indústria automotiva para os próximos meses. De acordo com ele, a queda da taxa de juros, aliada ao pleno emprego e ao aumento da renda, deverá começar a ter impacto sobre as vendas do setor nos próximos meses.
Segundo Belini, a queda de janeiro a abril deverá ser recuperada nos próximos meses, podendo começar com as vendas de maio. "Deveremos recuperar esta queda nos próximos meses", disse.
No entanto, ele não quis fazer novas previsões para o ano. Manteve a projeção de crescimento em torno de 4%, alegando que só vai mexer nas projeções a partir do segundo semestre. "Como as vendas caíram 3,4% no quadrimestre, teremos que crescer muito nos próximos meses para recuperá-las. Por isso vou revisar os números só no segundo semestre", reiterou Belini.
O presidente da Anfavea também se mostrou otimista em relação à inadimplência do setor automotivo, que em março atingiu 5,7%. O fato é que, segundo ele, além de esta taxa estar abaixo da inadimplência agregada, de 7,4%, ela encontra-se estabilizada e vem de concessões de crédito feitas há dois anos. "Os novos contratos estão sendo feitos com base em novos e mais rigorosos critérios de avaliação de crédito", disse o presidente da Anfavea.
O total de crédito novas concessões neste ano para aquisição de veículos atingiu R$ 201,3 milhões, o que representa uma expansão de 6% sobre igual período do ano passado, informou o presidente da Anfavea.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião