As vendas de automóveis nos Estados Unidos caíram cerca de 30 por cento em maio em comparação com o mesmo período no ano passado, mas descontos agressivos ajudaram a estabilizar os resultados para a indústria, segundo dados mensais divulgados nesta terça-feira (2).
As vendas de carros da indústria como um todo para o mês de maio caminhavam para superar as 10 milhões de unidades em dado anualizado rastreado por analistas -- um resultado melhor do que o esperado pela maioria dos economistas.
Isso representaria a maior taxa de vendas de 2009, e executivos da indústria se apegaram ao dado como prova de que o mercado automobilístico dos EUA poderia estar saindo do buraco, o maior que já sofreu desde o início dos anos 70.
"Um mês não acaba com uma recessão, mas com certeza é um passo na direção certa", afirmou Al Castingnetti, administrador geral da Nissan nos EUA.
Analistas esperavam que as vendas alcançassem por volta de 9,4 milhões de unidades em maio, em comparação com a taxa de 14,3 milhões de unidades para a indústria um ano antes.
A Ford, única montadora norte-americana a conseguir evitar a proteção judicial, teve o mês mais forte entre as montadoras, com uma queda de 24 por cento nas vendas.
Já as vendas da General Motors, que entrou com pedido de concordata nesta semana, tiveram queda de 30 por cento. A Chrysler , que opera sob concordata desde o final de abril, viu uma baixa de 47 por cento nas vendas.
"É evidente que estamos começando a ver, tanto globalmente quanto nos Estados Unidos, nós achamos, a indústria começando a dar uma volta por cima", afirmou o analista de vendas da GM Mike DiGiovanni a analistas e jornalistas durante uma teleconferência.
As vendas das japonesas Toyota Motor e da Honda Motor tiveram queda de 41 e 42 por cento, respectivamente.
Já a concorrente Nissan Motor, que gastou mais com descontos, viu suas vendas caírem apenas 33 por cento.
A Nissan afirmou que teve mais compradores em seus showrooms neste mês do que em qualquer outro mês desde agosto do ano passado, depois de colocar em prática um arrendamento de baixo custo para modelos como o Maxima.
Executivos da Ford disseram que os resultados da empresa em maio aumentaram a confiança da montadora em uma possível recuperação do mercado norte-americano no segundo semestre de 2009 uma vez que a economia volta a ganhar força.
Esta volta por cima é crucial para a Ford, que tenta evitar uma dependência do capital do governo, que atualmente está remodelando a GM e a Chrysler, ambas em concordata.
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