A Portugal Telecom acabará vendendo sua posição na Vivo à Telefonica, considerando que a "golden share" do governo português, que na véspera barrou a oferta, deve ser eliminada e que a maioria dos acionistas da Portugal Telecom é favorável à venda, afirmam analistas.
Na quarta-feira, o governo português utilizou suas 500 "golden shares" para bloquear a proposta da Telefónica, contrariando uma maioria de 74% dos votos de acionistas. Imediatamente depois, a empresa espanhola se queixou, alegando que o veto é ilegal.
A Telefónica estendeu o prazo de validade da oferta de 7,15 bilhões de euros até 16 de julho, uma semana após o Tribunal Europeu de Justiça decidir sobre o destino da 'golden share' do governo português na Portugal Telecom, que deve ser cancelada, segundo analistas.
"Dado o fato da oferta ter sido aprovada por ampla maioria dos acionistas, pensamos que o assunto será revisado assim que a 'golden share' for cancelada, com os acionistas se pronunciando novamente a favor da oferta", afirmou Alexandra Delgado, analista do Millennium Investment Banking, em nota.
Na noite de quarta-feira, a Portugal Telecom anunciou que seu conselho de administração pedirá pareceres jurídicos para esclarecer alguns aspectos legais referentes à assembleia geral da véspera.
Na assembleia, entre os acionistas favoráveis à venda estavam o Banco Espírito Santo, segundo maior acionista da operadora, e a Ongoing, quarto maior acionista - dois participantes do chamado "núcleo nacional", que anteriormente era contrário à venda.
O membro de uma comissão da União Europeia responsável por mercados financeiros criticou o veto português, enquanto a Telefónica anunciou que vai recorrer do veto estatal.
"Se a 'golden share' for extinta no curto prazo acreditamos que a Telefonica mantenha sua oferta e tente a aprovação", afirmou Pedro Oliveira, analista do BPI, em nota.
Analistas lembram que uma eventual extinção da 'golden share' levaria algum tempo, entre 12 e 18 meses.
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