Pacote inclui subsídios de R$ 16 bi para casa própria
O governo terá R$ 16 bilhões em recursos do orçamento para o "bolsa habitação", o programa que venderá casas a prestações simbólicas para as famílias com renda de até três salários mínimos (R$ 1.395), informam fontes da área econômica. Segundo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, esse grupo terá "subsídio total", ou seja, a casa poderá até sair de graça.
Antes apontado como relativamente estável diante dos efeitos da crise econômica, o mercado imobiliário curitibano sofreu uma retração de 16,3% na velocidade de venda de imóveis novos no mês de fevereiro em relação ao mesmo período de 2008. A constatação tem como base o índice de vendas sobre oferta (VSO), divulgado mensalmente pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR).
O indicador considera o porcentual de negócios fechados em relação ao número de imóveis disponíveis no período. Em 2008, 103 de cada mil imóveis ofertados em Curitiba foram comercializados no mês de fevereiro. Em 2009, o volume de negócios concluídos no segundo mês do ano caiu para 86 para cada mil unidades ofertadas.
O resultado está distante do patamar alcançado durante junho do ano passado, quando o mercado local conseguiu concretizar a venda de 12,46% dos imóveis disponíveis. Já em setembro mês que marcou o estouro da crise financeira , o índice caiu para 10,26%, acumulando quedas sucessivas até chegar a 7,92%, menor patamar da série histórica registrado em janeiro deste ano.
Em São Paulo, a queda em comparação com 2008 foi um pouco mais acentuada. As vendas de imóveis novos caíram 20% em janeiro de 2009 na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando o índice de velocidade de vendas chegou a 5,5% na capital paulista.
A situação mais "confortável" do mercado curitibano em relação à São Paulo permite uma análise mais otimista dos agentes do mercado imobiliário local. Para o consultor do Sinduscon-PR, Marcos Kahtalian, apesar do desaquecimento, o índice de velocidade nas vendas permanece próximo a média histórica de 8,73% aferida desde 2002.
"Basicamente, o mercado imobiliário de Curitiba demorou muito para se aquecer. Quando estava começando a encontrar um bom ritmo, veio a crise e interrompeu a trajetória. Com isso, a queda não foi tão grande. Outras praças vinham de mais de três anos com o mercado superaquecido e experimentaram quedas vertiginosas.", afirma o consultor.
O presidente do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR), Luiz Carlos Borges da Silva, acredita que a consolidação dos números de março deve apontar para um quadro de estabilidade. "Por outro lado, é interessante perceber que houve uma valorização de 21% nos imóveis residenciais, de 25% nos comerciais e de 39% nos terrenos no acumulado dos últimos 12 meses. A tendência é de continuidade", avalia.
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